Carlos Rollsing
A Sabemi Seguradora teria retido mais de R$ 85 milhões que deveriam ser dos clientes que contratavam assistência financeira — modalidade de empréstimo disponível aos seus segurados — para repassar à Associação Mutualista de Assistência a Servidores Públicos (Somas) e ao Clube Pampa de Seguros. A consequência da prática era de que os consumidores não recebiam nas suas contas o total dos financiamentos contratados, já que a Sabemi, com sede em Porto Alegre e 38 filiais pelo país, repassava parte da quantia para terceiros com o argumento de que se tratava de uma "taxa de adesão ao quadro social" das duas entidades. Isso ocorreria sem autorização dos lesados, que fizeram, somente em 2016, 1.057 reclamações e denúncias à Superintendência dos Seguros Privados (Susep), autarquia vinculada ao Ministério da Economia, responsável pela regulação dos mercados de seguro.