O primeiro indício de problemas surgiu apenas sete meses após início de funcionamento dos trens. Em 7 de abril de 2015, o veículo 234 descarrilou entre as Estações Farrapos e São Pedro, enquanto fazia uma viagem sem passageiros. Relatórios técnicos apontaram como principal causa a falha do projeto de fixação dos truques nos carros. Também alertou para a incompatibilidade do perfil das rodas do trem com os trilhos da via permanente e o fato de o lubrificante de friso de rodas não funcionar na região de curvas, onde ocorreu o acidente. Foi a primeira vez que a Trensurb retirou de circulação todos os trens. O carro 234 ficou um ano e sete meses fora de operação — os demais retornaram 41 dias após o incidente. Por problemas técnicos, a Trensurb tem 11 de 15 trens novos parados.
Um ano depois, em 25 de abril de 2016, apareceram problemas de infiltração de água nos rolamentos de alguns dos novos trens (esferas metálicas que ficam dentro das rodas e, quando emperradas, podem fazer o trem parar de súbito). Algo que nunca havia ocorrido com os veículos antigos, da série 100, fornecidos pela japonesa Kawasaki e que operam desde 1985. O novo defeito fez a Trensurb retirar novamente a frota nova de circulação. Passados mais de dois anos, o Consórcio FrotaPoa apresentou dois cronogramas de retorno dos carros. Nenhum foi cumprido. O terceiro está em vigência e prevê que todos os 15 trens estejam em circulação até 28 de dezembro deste ano.
Nas 106 vezes em que os novos trens precisaram ser evacuados — em média, uma vez a cada 15 dias desde 2014 —, foram detectados problemas técnicos que exigiram a parada imediata do veículo. Trata-se de uma falha crítica que ameaça a segurança do trem. Ou seja, foram 106 chances de acidentes. Em outras 573 vezes desde que entraram em operação, os trens novos foram retirados em horário de funcionamento devido a falhas menos graves em que o veículo tem condições de circular até sua estação de destino, completando a viagem prevista, quando então é recolhido para o pátio da empresa.