Um dia após o alagamento parcial do Acampamento Farroupilha, em Porto Alegre, os tradicionalistas contabilizam na tarde desta segunda-feira (4) os estragos provocados pelas chuvas. Por conta de problemas no funcionamento do sistema de drenagem, a água invadiu piquetes e deixou um rastro de lama e sujeira nas estruturas instaladas próximas ao estacionamento com acesso pela Avenida Antônio de Carvalho.
A GAM3 Parks, concessionária responsável pela gestão do Parque Harmonia, informa que a obstrução de uma caixa pluvial causou o alagamento em uma área específica do parque. Ao longo da segunda-feira, equipes de operários davam continuidade ao trabalho de limpeza das ruas Hugo da Cunha Alves e Maria Pampim, as mais afetadas pela enxurrada. Conforme a GAM3 Parks, dos 15 piquetes atingidos, quatro registram danos materiais. Mesmo com o trabalho de limpeza, na rua Maria Pampim ainda havia alguns pontos com acúmulo de água.
Em resposta aos questionamentos da reportagem sobre a retirada de árvores e calçamentos, apontados como possíveis causadores do alagamento, a concessionária descarta essa possibilidade. O corte da vegetação local foi alvo de discussão entre ambientalistas, empresa e políticos. De um lado, há apontamentos sobre a descaracterização do local, de outro, a gestora informa que as remoções foram previamente acordadas.
O patrão Luis Antonio Fernandes, do piquete Estância do Guerreiro, localizado na rua Hugo da Cunha Alves, se dedicou a limpar os estragos causados pela invasão da água. Fernandes explica que só pode entrar no piquete no meio da tarde desta segunda-feira, após a drenagem da área. Para acessar o local, ele improvisou um caminho formado por tábuas.
— Dentro do piquete era assustador. Achei que tinha perdido todos os meus equipamentos. Viemos cedo para fazer a limpeza e só fomos ligar os equipamentos hoje. Estão funcionando normalmente, não tive prejuízo da geladeira, por exemplo. Meus mantimentos estavam em cima das prateleiras e a água não pegou — explica.
Entre os prejuízos, ele aponta duas caixas do aparelho de som que ainda estavam molhadas. Segundo Fernandes, a ação do caseiro Maringá, que dormia no local, foi decisiva para impedir o pior.
— Ele percebeu a água entrando no piquete e desligou todas as tomadas, o que deu esse resultado positivo para nós. A caixa de som foi a única coisa que tive de prejuízo, mas a própria GAM3 pediu para eu procurar uma loja que forneça essa caixa, pois vai nos ressarcir — destaca.