A chuva que atinge Porto Alegre desde domingo (3) deixou parte do Acampamento Farroupilha alagado nesta segunda-feira (4). Em função de problemas no sistema de drenagem, pelo menos 20 piquetes instalados nas ruas Maria Pampin e Hugo da Cunha Alves ficaram debaixo d'água — no total, o acampamento possui 230 piquetes. Cinco caminhões trabalharam desde o início da manhã para retirar o excesso de água no local. Há suspeita de uma possível obstrução da rede fluvial.
A GAM3 Parks, responsável pela gestão do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho (Parque Harmonia) informou, em nota, que mantém monitoramento constante da situação climática e das condições do parque para tomar medidas preventivas adicionais, se necessário. "A situação é pontual e será resolvida para que funcione como as demais áreas do parque", finaliza a nota. A concessionária disse, ainda, que aguarda uma lista dos piquetes com eventuais perdas provocadas pelos alagamentos.
Dois engenheiros responsáveis pelas obras acompanharam o trabalho dos operários no parque. No final da tarde, GAM3 afirmou que a situação estava controlada, "inclusive com as equipes recolocando as britas nos locais atingidos". A gestora do Acampamento Farroupilha afirmou ainda que abriu uma investigação com o uso de câmeras para inspecionar a tubulação da área afetada, pois há indícios de perfuração da rede. "A partir disso, o objetivo é identificar o local exato da obstrução que gerou o problema."
Conforme Carlos Rogério Maduré de Souza, patrão do piquete Ferro e Fogo, que também sofreu com danos por conta da chuva, os tradicionalistas convivem há anos com problemas de alagamento no local. Ele ressalta, no entanto, que a concessionária vem prestando apoio aos piquetes afetados.
— Estão desde a madrugada trabalhando com bombas e tentando resolver o problema dos acampados. Não perdemos nada, mas estivemos à beira de perder alguma coisa. Faltou pouco para a água tomar conta de todo galpão — destaca.
De acordo com Régis Trinca, segundo patrão do piquete Estância Velho Barroso, os acampados convivem há anos com alagamentos.
— Hoje o nosso grande problema é a drenagem — afirma.
Trinca ressalta que o parque passou por melhorias, mas reconhece que não é possível fazer todas as obras ao mesmo tempo.
— Não cheguei a perder nada. A água chegou perto, ficou cerca de dois a três centímetros para acessar a beira do assoalho do galpão — observa.
Conforme a concessionária GAM3 Parks, o alagamento se restringiu a uma área específica e foi causado principalmente pela obstrução de caixas pluviais, que impediu o escoamento adequado das águas da chuva para a rede pública. A empresa informa que agiu imediatamente para minimizar os transtornos causados pelo alagamento. Entre as medidas adotadas pela empresa estão a drenagem e sucção da água utilizando equipamentos especializados para agilizar o processo.