Mesmo com as obras do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, o Harmonia, paralisadas por uma liminar da Justiça, 232 alvarás foram entregues para os piqueteiros do Acampamento Farroupilha, de Porto Alegre, na noite de terça-feira (1º). A quantidade de piquetes não apresentou alteração em relação ao ano anterior, mas o clima é de incerteza.
Segundo o presidente da Associação dos Acampados da Estância da Harmonia e membro titular da Comissão Municipal dos Festejos Farroupilha, Rogério Lara, os participantes estão tentando manter o calendário, que indica o começo das montagens no dia 12 de agosto. Ainda assim, ele classifica o cenário como preocupante e diz que não há garantia de que haverá condições de seguir com o planejamento.
— Do jeito que (a revitalização) parou , no ponto em que foi interrompida, se não retomar, não temos como montar o acampamento, infelizmente — afirma.
A prefeitura de Porto Alegre diz que está preparando os documentos para entrar com recurso e tentar reverter a decisão através da Procuradoria Geral do Município (PGM). Até a manhã desta quarta-feira (2), não havia novidades sobre o caso, segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus).
Na noite de domingo (30), a juíza Gabriela Dantas Bobsin, da 10ª Vara da Fazenda Pública, concedeu liminar que determinou a suspensão total e imediata das obras em andamento no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. A magistrada alegou danos ambientais agravados pelo corte de 103 árvores.
As intervenções no local são executadas pela concessionária GAM3 Parks — que ganhou a licitação para administrar conjuntamente o espaço e o trecho 1 da orla do Guaíba por 35 anos. Em nota emitida na terça-feira, a empresa alegou que as áreas de infraestrutura e drenagem, fundamentais para o acampamento dos piqueteiros durante o evento, serão afetadas com a paralisação.