Nos últimos três dias, cinco pessoas foram presas no interior de São Paulo, suspeitas de envolvimento em uma série de incêndios que devastaram principalmente as áreas de Ribeirão Preto e São José do Rio Preto. As informações são do portal g1.
Em Batatais, duas prisões ocorreram entre domingo (25) e segunda-feira (26). Os detidos têm 42 e 27 anos, sendo que apenas a identidade de um deles foi divulgada.
Até as 19h40min de segunda-feira, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo havia registrado quatro prisões. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) mencionou em uma entrevista no programa CBN São Paulo que um dos presos na região de Ribeirão Preto se identificou como membro da organização criminosa PCC, e essa alegação está sob investigação.
Todas as prisões resultaram de denúncias anônimas. Em Rio Preto, o idoso admitiu aos policiais que costumava queimar lixo e foi ouvido e liberado.
Em Batatais, os dois suspeitos foram pegos em flagrante enquanto iniciavam incêndios em dois terrenos, um no centro da cidade e outro no Jardim Valenciano.
As prisões do fim de semana:
No sábado (24), um idoso de 76 anos foi detido após incendiar lixo em uma área de vegetação no Jardim Maracanã, em Rio Preto. Ele foi abordado por policiais depois que uma moradora, que conseguiu apagar o fogo com um balde de água, fez a denúncia. A moradora relatou também ter sido xingada pelo idoso.
No domingo (25), o mecânico Alessandro Arantes, 42 anos, foi flagrado por policiais incendiando uma área de mata próxima ao centro de Batatais, após denúncia anônima. Alessandro, que já tinha registros por roubo e homicídio, teve sua prisão temporária convertida em preventiva na segunda-feira. Com ele, foram encontrados uma garrafa de gasolina, um isqueiro e um celular. Em vídeos no aparelho, ele comemorava incêndios de grandes proporções na região.
Na segunda-feira mais três pessoas foram detidas:
Em Batatais, um homem de 27 anos foi preso após iniciar um incêndio em um terreno próximo a uma Área de Preservação Permanente (APP) no Jardim Valenciano. Ele carregava uma mochila com um isqueiro, tesoura e fósforos e foi encaminhado para a Delegacia da cidade.
Em Guaraci, um homem de 26 anos foi preso em flagrante por atear fogo em um canavial na zona rural. A Polícia Militar foi chamada por vizinhos que viram o suspeito incendiando diferentes pontos do canavial. O suspeito tentou fugir, mas foi encontrado com dois isqueiros.
Também na segunda-feira, um homem de 44 anos foi detido em São José do Rio Preto por atear fogo em um terreno no bairro Higienópolis. O incêndio ocorreu na sexta-feira (23) e foi registrado por uma câmera de segurança. De acordo com investigações da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), o homem, que trabalha como motoboy, confessou que jogou uma bituca de cigarro, alegando não ter intenção de causar o incêndio.
Desde o início dos incêndios na quinta-feira (22), o interior de São Paulo tem enfrentado uma crise. Os momentos mais críticos ocorreram na sexta-feira (23) e no sábado.
Em Ribeirão Preto, uma das áreas mais afetadas, houve evacuação de residências, bloqueios de rodovias e condições respiratórias severas devido à poluição. Durante esse período, foram registrados 2.621 focos de incêndio por satélites do BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Os incêndios causaram acidentes, interdições de estradas e até mortes de pessoas que tentaram combater as chamas em Urupês. Além disso, houve o cancelamento de aulas, voos e eventos esportivos em Ribeirão Preto.
No domingo (25), a força-tarefa do Estado conseguiu reduzir o número de cidades com focos ativos de 21 para 6. No entanto, o alerta permanece para quase 50 cidades, com monitoramento realizado por bombeiros e equipes do Exército, especialmente em áreas de preservação como a Estação Ecológica de Jataí.
O governo paulista anunciou que o gabinete de crise em Ribeirão Preto continuará ativo ao longo da semana para lidar com a situação das queimadas.