No início da noite desta quinta-feira (2), havia mais de 160 pedidos de resgate mapeados pelo governo do Estado em razão das inundações que atingem o Rio Grande do Sul. O número foi repassado pelo governador Eduardo Leite em transmissão ao vivo, por volta das 19h30min.
Os chamados foram georreferenciados pelo governo e inseridos em um mapa, que foi mostrado por Leite durante a live. A maior parte dos apelos por socorro estão concentrados na região do Vale do Taquari.
—Sei que as pessoas estão aflitas, eu também estou, mas a gente organiza essa aflição para ter estratégia de atuação. Estamos empregando todos os nossos esforços — assegurou Leite.
O coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Luciano Boeira, pediu que, em caso de necessidade de ajuda, a população comunique imediatamente a Defesa Civil, inclusive pelas redes sociais.
— Sabemos que as pessoas estão isoladas, às vezes não tem qualquer tipo de comunicação. Mas se algum amigo ou familiar tiver condições de nos informar, passem os pontos de coordenadas que levaremos a estrutura do Estado para fazermos esse socorro — salientou Boeira.
Durante o pronunciamento, o governador frisou que a tempestade em curso é o maior desastre da história do Rio Grande do Sul e projetou que, pela continuidade da chuva, o nível dos rios tende a continuar subindo nesta sexta-feira (3).
No caso do Guaíba, em Porto Alegre, os registros apontam uma elevação de oito centímetros por hora, o que deverá fazer o estuário superar os quatro metros durante a madrugada. De acordo com Leite, as projeções indicam que é "muito factível" que o Guaíba supere os cinco metros ao longo da sexta-feira, ultrapassando a marca de 4m76cm registrados na enchente de 1941.
Leite fez um novo apelo para que as pessoas que vivem em áreas de risco procurem locais seguros.
Até as 20h, ao menos 32 mortes haviam sido registradas em razão das enchentes, sendo 29 delas confirmadas pela Defesa Civil. O número de desaparecidos saltou de 21, às 12h, para 60 no final da tarde.