A Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria está em busca de sobreviventes do incêndio que não estejam na lista dos 636 feridos.
A intenção é enviar as informações à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Conforme o presidente da associação, Flavio Silva, o objetivo é evitar que, em caso de ressarcimento financeiro, alguém fique de fora.
Para captar as informações, a associação criou um formulário no Google, com perguntas como sequelas do incêndio, remédios, tratamentos e familiares de primeiro grau. O prazo para responder o documento é dia 31 de dezembro. Até agora, conforme Flávio, já são cerca de 50 respostas.
— É muito importante a gente cadastrar realmente todos os sobreviventes da tragédia da Kiss, porque tem muitos além deles que foram cadastrados ali pela polícia, porque muitos não tiveram necessidade daquele acolhimento médico, eles acabaram ficando de lado, mas não deixam de ser sobreviventes — afirma Flavio.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos, que faz parte da Organização dos Estados Americanos (OEA), recebeu em 2017 uma denúncia, e desde então o Estado Brasileiro foi notificado e apresentou a sua defesa.
Ainda em setembro, foi divulgado relatório que aponta indícios de violação de direitos humanos no caso da boate Kiss, que vai apurar a responsabilidade do Estado brasileiro na tragédia.
— É importante que elas sejam relacionadas para que essa documentação chegue até a Comissão Interamericana de Direitos Humanos para provar a imensidão dessa tragédia e a quantidade de pessoas realmente que foram afetadas pela tragédia da boate Kiss.