Essencial à vida, a água é um dos bens mais preciosos da humanidade. Justamente por isso, precisa ser bem cuidada. Com processos rigorosos de controle de qualidade e abordagens bem definidas para corrigir eventuais anomalias, a Corsan leva água tratada de qualidade aos gaúchos e também cuida da rede de saneamento e investe em sua ampliação.
Os protocolos começam ainda com a água bruta que chega ao manancial de onde será captada. A Companhia monitora e controla o nível de qualidade desde esse momento, com dezenas de análises feitas frequentemente, a fim de saber se essas fontes estão mudando de característica ao longo do tempo.
A seguir, a água captada chega a uma Estação de Tratamento de Água (ETA), onde passa pelos processos de floculação (que reúne as impurezas), decantação (que as separa), filtração (que as retira da água) e desinfecção (tratamento final), com adição de químicos como o cloro, para liquidar eventuais vírus e bactérias, e o flúor, que traz benefícios à dentição, com a prevenção de cáries.
Diariamente, a Corsan realiza cerca de 500 análises nas diversas etapas do tratamento em cada uma das unidades. Todos esses processos que garantem a potabilidade da água seguem a Portaria 888 do Ministério da Saúde e são permanentemente monitorados pelas agências reguladoras e órgãos ambientais competentes.
Somente após essa rotina é que a água é destinada aos reservatórios da companhia para, então, ser distribuída à população dos 317 municípios atendidos no Estado. Além disso, a qualidade da água também é atestada por institutos de aferição e certificação, entre eles o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). A Corsan tem competência técnica reconhecida pela ISO 17.025 do órgão, garantindo dupla certificação de controle e qualidade.
Trabalho integrado
As amostras também passam pelo controle de qualidade do Laboratório Central de Águas da Corsan, que fica em Porto Alegre, onde são monitorados cerca de 100 parâmetros exigidos pelas portarias de potabilidade, do Ministério da Saúde, e de agrotóxicos, da Secretaria Estadual de Saúde. São biólogos, biomédicos, químicos e outros especialistas, que trabalham com equipamentos de ponta em nível mundial, segundo o diretor-executivo de Operações da Corsan, José João de Jesus da Fonseca.
O diretor também destaca a atuação do Centro de Operações Integradas (COI), uma área conectada com todas as estações de tratamento e os mais de 800 poços espalhados pelas cidades atendidas no Rio Grande do Sul. No COI, que funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, o ano inteiro, a qualidade da água que entra e sai de cada ETA é verificada de hora em hora.
– Esse monitoramento em tempo real serve para aferir se o operador dessas estações está cuidando para que tudo se mantenha dentro dos parâmetros, tornando imediata a tomada de decisões diante dos alertas de qualidade, garantindo que a água chegue às torneiras com segurança para consumo – explica Fonseca.
Cada ETA tem um laboratório próprio, de menor proporção, que faz análises rotineiras, de hora em hora. Assim que cada uma é concluída, os resultados são lançados em um sistema integrado que informa o COI em tempo real. Um gráfico é gerado automaticamente e, sempre que alguma linha foge dos parâmetros de potabilidade da água (como cor, odor, gosto, flúor, turbidez, entre outros), um protocolo de ajustes é imediatamente acionado.
Além das estações, a quantidade de água e a pressão com que circula pela rede também são monitoradas o tempo todo. Para se ter uma ideia, em 2024 a Corsan realizou cerca de 8,78 milhões de análises laboratoriais para acompanhar a qualidade da água captada, tratada e distribuída aos cerca de 6,5 milhões de gaúchos atendidos pela companhia.
Eventos climáticos
Com o Estado sendo atingido por situações até então atípicas do clima, como as enchentes de 2023 e 2024, a Corsan intensificou não somente seus protocolos de controle de qualidade da água, mas também a busca por soluções que garantam a estabilidade dos serviços de abastecimento. Uma das medidas, que já estava no cronograma da companhia, é substituir as estações de tratamento por poços, que são menos vulneráveis.
– Na ETA, a água pode subir demais, trazer muitas impurezas e atrapalhar o abastecimento. Cerca de dois terços da área de cobertura da Corsan pode ser atendida com poços, mudando a matriz de produção de água e minimizando esses problemas. Já temos mais de 30 estações no radar para serem substituídas – antecipa Fonseca.
Onde não há essa possibilidade, as estações estão recebendo cuidados especiais. A proteção nas etapas de captação e tratamento ganha reforço com equipamentos instalados em áreas mais altas, muros e contenções que protegem o sistema. Esse trabalho já foi implementado em mais de uma centena de municípios.