Em entrevista coletiva concedida no final da tarde desta quinta-feira (2), o vice-governador Gabriel Souza disse que é preciso ampliar imediatamente os resgates aéreos em Lajeado e em municípios próximos, no Vale do Taquari. Pelo relato do governante, as próximas horas serão decisivas para salvar vidas na região, assolada pela inundação do Rio Taquari.
O vice-governador relatou que há pedidos de resgate em cidades como Lajeado, Bom Retiro do Sul, Cruzeiro do Sul e na Vila Mariante, em Venâncio Aires.
— Temos que fortalecer operações aéreas imediatamente no Vale do Taquari. No caso de uma pessoa que está no telhado de casa, se o rio aumentar sua cota em dois, três ou quatro metros, ela vai ter dificuldade de resistir — alertou Gabriel.
Durante o dia, o socorro ficou a cargo de dois helicópteros do governo estadual, já que o resgate de barco é inviável em razão da força da correnteza. Entretanto, as aeronaves têm limitações para enfrentar condições climáticas adversas e não conseguem voar à noite.
Para continuar as buscas nas próximas horas, um helicóptero das Forças Armadas decolou da base aérea de Canoas às 17h em direção a Lajeado. O governador Eduardo Leite também pediu ao Comando Militar do Sul que outras duas aeronaves Black Hawk, da Aeronáutica, que estão em Santa Maria, se desloquem para o Vale do Taquari para atuar durante a madrugada.
— Se não tivermos helicópteros das Forças Armadas hoje à noite em Lajeado não teremos condições de resgates aéreos. É urgente, imediato e prioridade máxima a retirada dessas famílias —frisou o vice-governador, que falou desde Santa Cruz do Sul, onde lidera um gabinete de crise regional.
Além do alto volume de chuvas, o rompimento parcial da barragem 14 de julho, na Serra, está elevando ainda mais a inundação do Rio Taquari. A situação deve se agravar nas próximas horas em caso de rompimento total.
Durante a coletiva, Gabriel ainda pediu que a população evite o chamado "turismo de desastre" nas cidades atingidas:
— Em Sinimbu, determinei que na entrada da cidade (pela RS-471) seja colocada uma barreira policial. Só vai entrar na cidade o morador ou quem venha colaborar em alguma tarefa que exija a presença física. Estamos com engarrafamento de carros que querem ver a destruição da cidade. Isso não é admissível e não é humano.
Até o fim da tarde desta quinta, 27 mortes já foram registradas em razão da chuva no RS, sendo 13 na contagem oficial da Defesa Civil. Pelo menos 21 pessoas estão desaparecidas no Estado e 8,3 mil estão fora de casa.