Um mês após a enchente do Rio Taquari assolar diversas cidades do Vale do Taquari, o governo do Estado deu início à construção das primeiras casas temporárias destinadas às famílias que perderam suas residências e estão em abrigos. As obras de terraplanagem começaram nesta segunda-feira (2) em Arroio do Meio, onde estão previstas 40 moradias. As casas são pré-fabricadas e têm um prazo estimado de 60 dias para conclusão, considerando as condições climáticas favoráveis.
A área selecionada pelo município abrange cerca de 8 mil metros quadrados e está localizada no bairro Novo Horizonte. Todas as residências serão mobiliadas, proporcionando maior qualidade de vida aos desabrigados enquanto aguardam residências permanentes.
Em Estrela também estão previstas obras. O município já designou uma área no bairro Pinheiros para a construção das casas. O número de unidades habitacionais será definido após a realização de levantamento topográfico nos próximos dias.
Nos casos de Arroio do Meio e Estrela, a construção ocorre em terrenos de propriedade das prefeituras, eliminando a necessidade de desapropriação por parte do Estado. A construção de moradias provisórias nas demais cidades atingidas pela enchente do Rio Taquari terá início depois de uma definição de demanda e área para construção.
Integração
Segundo o governo do Estado, o projeto é resultado de um trabalho integrado entre secretarias estaduais e a iniciativa privada por meio do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS). A entidade anunciou a doação, em parceria com empresas do ramo de construção civil que são associadas a ela, de 40 unidades habitacionais em 19 de setembro.
Durante setembro, a Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária (Sehab) realizou, em conjunto com as prefeituras, um levantamento das áreas com infraestrutura e topografia adequadas e disponíveis para a construção das moradias. Além disso, promoveu estudos de aproveitamento nas áreas selecionadas por meio dos perímetros dos terrenos obtidos por imagens de satélite e programas CAD (projeto auxiliado por computador).
Doação
Inicialmente, as residências doadas pela Sinduscon-RS seriam divididas igualmente entre os municípios de Muçum e Roca Sales, que foram os mais atingidas pela chuva. No entanto, após o levantamento realizado pela Sehab junto às equipes das prefeituras, verificou-se uma demanda menor do que o volume proposto. Dessa forma, as doações serão distribuídas entre os demais municípios que também necessitam de moradias temporárias.
— Visitei todos os abrigos da região, e abrigo não é uma condição que seja digna para as pessoas ficarem muito tempo. Com as casas temporárias, elas terão mais privacidade e conforto. Não podíamos deixá-las em abrigos até que fossem cumpridos todos os trâmites do Minha Casa Minha Vida, por meio do qual serão construídas as casas permanentes. Essas pessoas já sofreram muito e precisamos oferecer um alento — destacou o titular da Sehab, Fabricio Peruchin.
O modelo de casas temporárias foi inspirado nas vilas de passagem construídas em São Sebastião, no litoral de São Paulo, após uma tragédia climática atingir a região em fevereiro deste ano.