Miguel Rutigliano, sobrevivente das enchentes que assolaram municípios do Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, perdeu a casa e viu a esposa Ariel Armani, 26 anos, a filha Yasmin, um ano e nove meses, e o filho Miguel Júnior, três meses, serem levados pela correnteza. Moradores de Lajeado, no bairro Conservas, os familiares de Miguel estão desaparecidos desde a terça-feira (5).
No programa Timeline, da Rádio Gaúcha, ele contou que a água começou a entrar na casa da família às 6h. Ele diz que procuraram as autoridades e pediram por socorro, na esperança de serem resgatados. Segundo ele, ao meio-dia a água já havia tomado completamente a residência da família, forçando-os a se refugiarem no telhado.
— Nós estávamos no telhado quando foi levada a casa. Nisso, eu perdi meu filho de três meses, minha esposa e minha filha de um ano e nove meses — conta Miguel.
O sobrevivente conta que só foi resgatado às 17h.
— Eu fiquei preso no galho de uma árvore, e o resto foi levado pela correnteza — afirmou.
Ele está recebendo suporte dos voluntários da Defesa Civil de Lajeado. O caso reflete a realidade enfrentada por muitas famílias afetadas pelas enchentes recentes no Estado. As autoridades locais estão mobilizadas para prestar assistência às vítimas e coordenar os esforços de resgate.
Na cidade de Lajeado, cerca de 300 pessoas estão abrigadas em pavilhões do Parque do Imigrante. Até o início da tarde desta quarta-feira (6), uma morte foi confirmada no município: Maria da Conceição Alves do Rosário, 50 anos, estava sendo resgatada pela Brigada Militar, com um helicóptero, quando o cabo usado pelas autoridades se rompeu. O policial que a socorria foi resgatado e levado a um hospital com ferimentos.
Ao todo no Rio Grande do Sul, 31 pessoas mortes haviam sido confirmadas até o fim da manhã desta quarta-feira (6).