A Basf, multinacional do setor de grãos, está sendo investigada no caso dos 85 trabalhadores resgatados em condições semelhantes à escravidão em lavouras de arroz de Uruguaiana, na Fronteira Oeste. O Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) não vinham divulgando o nome da empresa para não atrapalhar a apuração, mas a reportagem da RBS TV confirmou a informação com fontes que acompanham a ocorrência.
A Basf disse, em nota, que contrata as fazendas São Joaquim e Santa Adelaide a produção de sementes de arroz. Foi nessas duas propriedades que ocorreu o resgate dos trabalhadores
No texto, a multinacional afirma que tomou conhecimento do caso e que "lamenta profundamente o ocorrido com os trabalhadores". Informou, também, que "decidiu, de maneira pró-ativa, procurar as autoridades para contribuir com a resolução do caso". Por fim, a empresa diz que "segue exigências de contratação de fornecedores e subcontratados e que condena as práticas que desrespeitam os direitos humanos".
Nesta quinta-feira, as duas estâncias também falaram sobre o caso e disseram que não mantinham qualquer vínculo com os trabalhadores. A Agropecuária Santa Adelaide divulgou nota dizendo que os trabalhadores eram ligados a uma empresa terceirizada, que foi contratada para fazer a limpeza da lavoura de arroz. A estância São Joaquim afirmou que arrenda (aluga) a lavoura para um terceiro e que não tem o "gerenciamento do pessoal".
Leia a nota da Basf na íntegra
"A Basf está comprometida com o desenvolvimento sustentável ao longo da sua cadeia de valor, que tem como premissa o respeito e a proteção às pessoas, bem como a transparência na sua relação com a sociedade. A companhia condena veementemente práticas que desrespeitem os direitos humanos.
A empresa tomou conhecimento sobre o caso envolvendo as Fazendas São Joaquim e Santa Adelaide em Uruguaiana-RS e lamenta profundamente o ocorrido com os trabalhadores. A Basf informa que tem contrato com estas fazendas para a produção de sementes de arroz.
A empresa decidiu de maneira proativa procurar as autoridades para contribuir com a resolução do caso.
A Basf segue exigências de contratação de fornecedores e subcontratados que incluem, entre outras medidas, que as empresas contratadas estejam de acordo com a lei trabalhista e sejam rigorosas no respeito aos direitos humanos.
A empresa não medirá esforços para solucionar a situação, contribuir com as autoridades e atuar para assegurar condições adequadas de trabalho, segurança e bem-estar de trabalhadores terceirizados e subcontratados por todos seus prestadores de serviços.
A companhia atua no Brasil há mais de 110 anos e investe em inovação para o desenvolvimento das melhores práticas para a agricultura, meio ambiente e a sociedade. A Basf reitera o seu compromisso com a valorização, o respeito e a proteção às pessoas em sua cadeia produtiva."