As chuvas registradas nos últimos dias alteraram o cenário do Rio dos Sinos. De 9 de fevereiro até 4 de março deste ano, o nível da água na régua de Campo Bom oscilou de 10cm até 1m68cm. No último domingo (5), o volume de água subiu para 3m37cm, no mesmo local, e vem crescendo desde então, alcançando 6m47cm nesta quinta-feira (9). Autoridades monitoram a situação, mas avaliam que há poucas chances de inundações.
As medições foram feitas pela Defesa Civil de Campo Bom. O nível considerado normal na área do município, segundo as autoridades, é de 2m50cm. A atual medida, portanto, está quase 4m acima do parâmetro regular.
Segundo o coordenador da Defesa Civil local, Paulo Silveira, há expectativa de estabilização no volume de água, com base nas análises dos números mais recentes, o que deve evitar alagamentos na região.
— O único risco que temos, hoje, é na praia de Chico Mendes. É um local que costuma transbordar frequentemente, mas não chega a atingir moradores — relata Silveira.
A razão para as cheias é o alto volume de chuva registrado nos últimos dias. Segundo a Sala de Situação da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), em 30 dias choveu 229 milímetros na região. Antes disso, o volume de água no rio era considerado baixíssimo, em razão da estiagem que atingia grande parte do Estado. A baixa chegou a resultar na morte de peixes. Em um mês, houve elevação de mais de seis metros.
O nível de água do Sinos também cresceu em outros municípios banhados pelo rio. Em São Leopoldo, a régua bateu em 3m68cm nesta quinta. O nível considerado normal no trecho é de 2m. Apesar disso, autoridades locais descartaram qualquer possibilidade de alagamentos, já que, para a água transbordar na área leopoldense, é necessário que o rio passe de 4m20cm.
— Vamos seguir monitorando. Mas para que haja maiores problemas, é preciso chover intensamente nos próximos dias, o que é pouco provável — afirma o superintendente da Defesa Civil em São Leopoldo, Paulo Borges.
Na avaliação da hidróloga da sala de situação da Sema, Ingrid Petry, as chances de haver alagamentos na áreas banhadas pelo Sinos são pequenas, em razão das características da bacia.
— As chuvas que elevaram os níveis do Rio dos Sinos estavam associadas ao mesmo evento que incidiu no Litoral Norte e causaram inundações no Rio Três Forquilhas. Mas a bacia do Sinos é maior, e por isso tem uma resposta hidrológica mais lenta do que o Três Forquilhas — explica Petry.
Rio Gravataí
Outros rios da Região Metropolitana que registraram problemas em razão da seca já apresentam normalidade. É o caso do Gravataí, que chegou a gerar problemas no abastecimento e represas de lixo acumulado. Atualmente ele se encontra dentro do nível adequado, com 2m em Alvorada e 2m18cm em Canoas.