A presença de peixes mortos no leito do Rio do Sinos chamou atenção de moradores de Campo Bom na semana passada. Desde então, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente vem monitorando a situação no local. De acordo com a pasta, o calor excessivo dos últimos dias e a falta de chuvas são alguns dos fatores que explicam o ocorrido. A prefeitura não divulgou o número de animais encontrados mortos.
Segundo os técnicos da Sema, parte dos animais vieram de pontos mais altos do rio e foram sendo carregados pela correnteza desde a cidade vizinha de Sapiranga. Em nota, a pasta afirma que não se trata de um problema pontual, mas sim de uma dinâmica causada por fatores ambientais somados à presença de esgoto no rio. Entre esses fatores estão a estiagem, a baixa vazão e as altas temperaturas, combinados com o lodo acumulado no fundo do rio.
Conforme explica o documento, as altas temperaturas favorecem a decomposição do lodo do fundo do rio, provocando o consumo do oxigênio dissolvido na água. Além disso, a falta de novas chuvas impede a renovação deste oxigênio, que cai a concentrações inferiores aos 5 miligramas por litro (mg/l) e, com isso, causa a morte de espécies de peixes mais sensíveis. As chuvas rápidas de verão também podem contribuir com o fenômeno, pois “lavam” as tubulações de esgoto e carregam mais lodo para o rio, agravando a situação.
No entanto, após final de semana chuvoso em toda a região, o fluxo de água do Sinos apresentou recuperação e não há novos relatos de animais mortos. Apesar da normalidade neste momento, o município segue monitorando o caso, realizando medições recorrentes do oxigênio da água.