Uma medida para tentar amenizar a estiagem na Região Metropolitana terá início neste final de semana. Apontada pela prefeitura de Gravataí como a principal solução emergencial para melhorar o nível do Rio Gravataí, a limpeza do canal do Departamento Nacional de Obras e Saneamento (DNOS) começará no sábado (21).
A informação foi confirmada pelo secretário-adjunto do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Bem-estar Animal, Diogo Castilhos, à reportagem de GZH. Segundo o representante da pasta, a Superintendência de Operações da Corsan comunicou a prefeitura que iniciará o trabalho de desassoreamento e estenderá a ação por uma semana.
O plano prevê o desvio de água do Banhado dos Pachecos, que fica na região de Águas Claras, em Viamão, até o Rio Gravataí. Atualmente, o canal do DNOS, com sete quilômetros de extensão, tem a vazão prejudicada por vegetação e areia.
— Eles vão começar de baixo pra cima. Conforme vão limpando, a água vai descendo — explica o secretário, que esteve na região na quarta-feira, com técnicos do Estado.
Em nota, a Corsan diz que desenvolve uma série de ações para garantir o abastecimento de água neste período crítico de estiagem, e afirma que uma das iniciativas em análise é "esta obra inédita que vai fazer o desassoreamento do canal DNOS", para garantir maior captação de água no Rio Gravataí. De acordo com a companhia, "é uma obra bastante relevante que vai contribuir não só para este ano, mas para o abastecimento em futuras estiagens".
O comunicado ainda reforça que "o período de execução está em análise pela Corsan, mas deve iniciar o mais rápido possível. A contratação dos fornecedores para o serviço já está em trâmite na companhia".
A obra da Corsan vai impactar 800 mil pessoas. De acordo com a prefeitura de Gravataí, a medida atenderá 60% do abastecimento do município, o que equivale a 150 mil pessoas.
Desde a metade de dezembro, é crítica a condição para abastecimento de água através da captação no Rio Gravataí, o que afeta o abastecimento, além da cidade que leva o nome do curso d'água, de Alvorada, Cachoeirinha, Viamão, Santo Antônio da Patrulha e Glorinha.
De acordo com os critérios da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, quando a medição fica abaixo de 0,5 metro é determinado estado crítico e a retirada de água fica suspensa para todas as finalidades, exceto para a distribuição ao consumidor. Na atualização mais recente, divulgada na quinta-feira (19), o Boletim de Estiagem da Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí apontou nível de captação de 0,58 metro em Alvorada e de 0,02 metro em Gravataí.
Bicas de Gravataí terão consumo impedido a partir de segunda-feira
Usadas para abastecimento de água, quatro bicas públicas localizadas na zona urbana de Gravataí estão impróprias para consumo e serão bloqueadas a partir de segunda-feira (23). Segundo a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Bem-estar Animal (Sema), placas de concreto bloquearão o acesso e informes explicativos serão instalados para explicar a questão à população.
A interdição ocorre após um estudo de potabilidade, realizado pelo Laboratório Central do Estado (Lacen), constatar a presença da bactéria Escherichia coli, que é associada a doenças como infecções urinárias, diarreia e a colite hemorrágica e síndrome hemolítico-urêmica.
As quatro bicas públicas são Barnabé (Rua José do Patrocínio), Morada do Vale (Rua Afonso Alves), Vera Cruz (Rua Maceió) e Castelo Branco (Rua Ibirapuitã)