Familiares das vítimas da falta de oxigênio no Hospital Lauro Reus, de Campo Bom, promoveram ato de protesto em frente à instituição na manhã deste sábado (19), no dia em que a tragédia completou um ano.
Em homenagem aos falecidos, foram soltos balões de gás hélio e afixadas cruzes de madeira no local. Os manifestantes também fizeram uma caminhada até a parte lateral do hospital, onde ficam os cilindros de oxigênio.
— O nosso manifesto é um pedido de respostas, de justiça, para que os verdadeiros culpados por essa negligência sejam punidos. Ainda esperamos por respostas e esperamos que sejam todos punidos, e não apenas alguns — afirma Tábata Mauser, que perdeu a mãe devido à falha no abastecimento de oxigênio.
Nesta sexta-feira (18), o Ministério Público protocolou ação civil pública com pedido à Justiça de indisponibilidade e bloqueio de bens da Associação Beneficente São Miguel (ABSM), gestora do Hospital Lauro Reus, e da empresa Air Liquide, que era responsável pelo fornecimento do insumo.
O objetivo da iniciativa do MP é garantir ressarcimento às famílias dos pacientes que faleceram em decorrência da falta de oxigênio.
Conforme o MP, "a negligência ocasionou a morte de seis pacientes internados no local durante o período da instabilidade e nos momentos seguintes, e mais 16 no decorrer dos 15 dias após o fato". Naquele dia 19 de março de 2021, época em que a pandemia de coronavírus atingia seu ápice no Rio Grande do Sul, a interrupção no fluxo do gás causou o óbito de seis pacientes que estavam entubados. Em consequência do corte, outras 16 vítimas vieram a óbito nos dias seguintes. No total, diz o MP, foram 21 óbitos. A Polícia Civil indiciou seis pessoas por homicídio culposo - sem intenção de matar - ao finalizar o inquérito. Ao analisar as conclusões policiais na área penal, o MP solicitou mais diligências antes de decidir sobre a eventual denúncia dos indiciados e de outros possíveis envolvidos.