Por volta das 17h35min da sexta-feira (4), a sala de operações da Brigada Militar de Feliz, no Vale do Caí, recebeu chamado pelo fone 190. Do outro lado da linha era a Marcela Menin Sauer, de 17 anos, filha de Eunice Catarina Menin, 49, que estava cozinhando e se engasgou ao provar um pedaço de carne.
— Comecei a escutar ela tossindo muito. Vi que ela não estava conseguindo respirar. Disse pra beber algo, mas ela não estava conseguindo tomar nada — relata Marcela.
Por telefone a soldado Merlen Pires Lima passava as orientações de primeiros socorros enquanto a viatura estava em deslocamento até a casa para prestar atendimento.
— Coloquei o celular no viva-voz e a soldado disse para eu abraçar minha mãe por trás e para fazer pressão sobre o diafragma dela — disse Marcela.
Ao chegar no local, os soldados Clóvis Eduardo Wolf Valgas e Marcio da Rosa Martins atenderam a Eunice que seguia engasgada com o alimento.
— Nós estávamos nos preparando para sair do turno de serviço do dia, quando recebemos via rádio que uma senhora estava engasgada, a cerca de 500 metros de onde estávamos. Quando chegamos no local, realizei de imediato a Manobra de Heimlich, com a finalidade de desobstruir as vias aéreas da vítima — relata o soldado Wolf.
A Manobra de Heimlich é uma técnica de primeiros socorros que utiliza as mãos para fazer pressão sobre o diafragma da pessoa engasgada provocando uma tosse forçada que contribui para que o objeto seja expulso das vias aéreas. Ao perceber que a vítima já tinha uma certa passagem de ar pelas vias, os policiais a encaminharam para a emergência do Hospital Schlatter.
— O caso era crítico, pois ainda na casa hospitalar houve uma certa dificuldade em remover o alimento, que consistia em um pedaço de carne de tamanho considerável. A senhora passa bem, sem sequelas. Pode-se dizer que ela nasceu de novo — conclui Wolf.
Ao atender a reportagem, Eunice contou que ainda está com um pouco de dor de garganta, mas que está bem.
— Não saía aquela carne que estava do tamanho de um bife. Nunca mais vou comer carne, vou virar vegetariana — revela Eunice.
Ao perguntarmos sobre como foi o atendimento que recebeu ela conclui:
— Quero agradecer. Se não fossem eles e as enfermeiras não estaria viva. O atendimento foi uma maravilha e rápido.
Segundo caso em um mês
Este é o segundo caso de engasgamento em um mês na cidade. Recentemente uma outra ocorrência foi atendida pela mesma equipe na cidade, segundo o tenente Alex Martins Couto, comandante do 1º Pelotão da 2º Companhia do 27º BPM.
— É a terceira vez que atuei em situações como esta. Em duas foram bebês engasgados com leite materno, mais essa da senhora engasgada com o pedaço de carne. No período dos últimos trinta dias, atendi duas ocorrências do tipo — conta Wolf.
O caso mais recente com uma criança aconteceu no dia 6 de fevereiro quando um bebê de 25 dias se engasgou com leite materno. Ao ligar para a polícia, a mãe foi atendida pela soldado Lima enquanto Wolf se deslocava para o local, realizou a manobra e executou o salvamento.