A segunda bancada de defesa a se manifestar nos debates do júri da boate Kiss, nesta quinta-feira (9), foi a do vocalista Marcelo de Jesus dos Santos, da banda Gurizada Fandangueira. Coube à defensora Tatiana Borsa fazer a apresentação das teses em favor do réu.
Ela se emocionou no princípio relatando que é de Santa Maria, onde ocorreu a tragédia, e descrevendo a dor que atingiu a cidade.
— Todos nós somos culpados desse crime. A gente não exige o que temos de exigir —declarou Tatiana.
A advogada contestou a tese de que seu cliente assumiu o risco de matar ao reproduzir uma foto do ex-gaiteiro da banda Gurizada Fandangueira, Danilo, morto após a tragédia na Kiss.
— Será que o Marcelo e o Luciano (Bonilha Leão, também réu) gostariam de fazer aquilo que está no foto? — indagou a advogada, ressaltando que seu cliente era amigo do falecido gaiteiro.
Ela reforçou que seu cliente "nunca aceitou qualquer morte lá dentro". Ela classificou como "patético" o que definiu como fuga de responsabilidade pelo poder público.
— Os órgãos públicos estão aí. A gente os elege para isso, para nos cuidar, nos dar segurança, e não vir aqui (no júri) se eximir — afirmou a defensora, que também citou a vida humilde do réu.
A advogada pediu que Marcelo de Jesus dos Santos seja absolvido e salientou que ele poderia ter morrido na Kiss.
— Não existe dolo, não houve intenção. Foi uma fatalidade, um acidente.
A advogada disse que os microfones da Kiss foram cortados e que, por isso, seu cliente não conseguiu avisar do incêndio aos frequentadores.
— A resposta chama-se justiça, e não vingança (...) Eles até podem ter errado, mas nunca assumiram o risco — afirmou.
No final, a advogada reproduziu o que seria uma mensagem psicografada de uma vítima da Kiss que tratava o caso como fatalidade.