O ex-prefeito de Santa Maria Cezar Schirmer e o promotor de Justiça Ricardo Lozza confirmaram que comparecerão para depor como testemunhas no júri do processo que apura responsabilidades pela tragédia na boate Kiss. O pedido foi feito pelo advogado do réu Elissandro Callegaro Spohr, Jader Marques, e aceito pelo juiz Orlando Faccini Neto, que conduza a ação penal no 2º Juizado da 1ª Vara do Júri de Porto Alegre. O júri está marcado para começar em 1º de dezembro, no Foro Central da capital gaúcha.
Schirmer era prefeito de Santa Maria na época da tragédia e atualmente é secretário municipal de Planejamento e Assuntos Estratégicos de Porto Alegre. Lozza foi o promotor de Justiça que conduziu o termo de ajustamento de conduta (TAC) que exigiu obras para melhorias na boate antes da tragédia e que permitiu o funcionamento da casa noturna.
“Assim como todos, também quero justiça. Estarei à disposição do Poder Judiciário como sempre estive ao longo de minha vida”, disse Schirmer por meio de nota enviada por sua assessoria.
Lozza disse, por meio de ofício ao juiz, que comparecerá horas antes do horário marcado para depor.
"Acerca do dia e horário do depoimento, solicito-lhe, com fundamento no Artigo 40, inciso 1, da Lei Federal 8.625/93 e, especialmente, em razão de compromissos profissionais (ofício junto ao juízo da 2º Vara Criminal da Comarca de Santa Maria, com atuação em todos os feitos em tramitação, sem repartição de atribuições com outros promotores de justiça), sejam informados dia e horário em que deverei prestar depoimento, bem como seja analisada a possibilidade de ser a primeira testemunha de defesa a prestar depoimento, a fim de, após concluído o depoimento, reiniciar imediatamente minhas atividades funcionais, restabelecendo-se, dessa sorte, a rotina de atuação ministerial. Comprometo-me a comparecer com duas horas de antecedência, ou com antecedência superior, caso Vossa Excelência assim entenda necessário", disse Lozza em ofício.
— Pela primeira vez, os três principais agentes do poder público estarão frente a frente com o Elissandro Spohr. Certamente, quem ganha com isso é a sociedade, pois verá todos os envolvidos e suas versões sobre o ocorrido — disse Jader Marques, se referindo também a Gerson da Rosa Pereira, que era chefe do estado maior do 4º Comando Regional dos Bombeiros de Santa Maria.