O número de clientes sem energia elétrica no Rio Grande do Sul caiu para 119 mil no fim da manhã desta quinta-feira (2). As duas maiores concessionárias atualizaram os dados por volta de 11h30min indicando redução de 35,6 mil afetados.
Na manhã de quarta-feira (2), o total de pontos atingidos chegou a 895 mil. Os prejuízos foram causados pelas fortes rajadas de vento provocadas por um ciclone-bomba que atingiu o sul do país.
Na área da CEEE, ainda são 74 mil clientes sem luz. A área mais afetada é o Litoral Norte, com 29 mil – sendo 5 mil em Imbé, 3,9 mil em Torres e 2,3 mil em Cidreira e em Três Cachoeiras. Na Região Metropolitana, são 20 mil pontos atingidos. Viamão soma 10 mil clientes afetados, e Porto Alegre, 7 mil.
O sul do Estado tem 15 mil clientes sem luz, sendo 9 mil em Pelotas e 3 mil em Jaguarão. O Litoral Sul soma 5,5 mil (a maioria em Santa Vitória do Palmar), e o Centro Sul, 4,5 mil.
A previsão da CEEE é normalizar completamente o fornecimento até o fim do dia.
Na área da RGE, são 45 mil clientes afetados. A empresa informou apenas que a maioria está nas áreas do Planalto e da Serra.
A concessionária não fornece uma previsão para a retomada do serviço. Conforme a nota enviada à imprensa, as equipes estão mobilizadas para restabelecer o fornecimento de energia, mas “a complexidade dos danos, a dificuldade de acesso em alguns locais, estradas fechadas e outros obstáculos dificultam o trabalho, o que pode demorar mais tempo para a normalização do serviço”.
Sem luz há 48 horas
Elizabete Soares, 61 anos, é funcionária do Mercado do Leandro, localizado em uma via paralela à Rota do Sol na comunidade de Vila Seca, no interior de Caxias do Sul. Segundo ela, o local está sem energia desde as 13h de terça-feira (30) – portanto, há 48 horas. As ligações para a RGE resultaram na mesma resposta: uma gravação informando que as equipes estão trabalhando para corrigir o problema.
— Tem massa descongelada, frios que terão que ser descartados. É a única rua da região sem luz. Eu entendo que é difícil estar na mata, arrumando, trabalhando, mas e o outro lado da moeda? Não é a primeira tempestade deste tipo. Ninguém quer ver o problema. Em outras situações, a RGE foi eficiente.
O manobrista Eder Alves Ribeiro, 44 anos, também está sofrendo com o problema. Morador do bairro Estalagem, em Viamão, ele está sem luz desde as 3h de quarta-feira (1º), quando o vento forte atingiu a região. Desde então, tem feito inúmeras ligações para a CEEE, sem sucesso — e as previsões informadas por mensagem de texto não se confirmam.
Ele mora com a esposa e duas filhas, de 11 e 19 anos. A mais velha estava trabalhando de casa e está sem cumprir as atividades, e a mais nova não consegue acompanhar as lições escolares online.
— A gente chega em casa à noite, cansado, e não dá para tomar banho. Não dá para cozinhar porque não tem luz. Temos que gastar o que não temos para comprar comida. Para carregar celulares, temos que ir em outro lugar. Por que arrumaram os bairros da volta e não aqui? O bairro Estalagem sempre fica por último — reclama.
A RGE pede que os clientes priorizem o site, o aplicativo CPFL Energia e o SMS (envio do código que consta na conta de energia para o número 27350), já que o call center (0800 970 0900) pode apresentar lentidão devido à alta procura.
A CEEE também reforça que as melhores opções são o SMS (envio da palavra LUZ com o número que aparece na conta para o número 27307) e a agência virtual, que pode ser acessada pelo site. O número 08007212333 está com alta demanda.