Corpus Christi, a ser celebrado nesta quinta-feira (3), não é, oficialmente, feriado nacional, e sim ponto facultativo. Para que uma data seja considerada feriado, é necessário que uma lei preveja isso. Não havendo uma decisão do governo federal nesse sentido, as gestões estaduais ou municipais ainda podem fazer essa determinação. Se não houver texto legislando sobre a data, torna-se ponto facultativo. Nesse caso, órgãos públicos podem decidir se haverá expediente, bem como empresas do setor privado.
Neste ano, devido à pandemia do coronavírus, diversos municípios anteciparam a data para poderem restringir a circulação em momentos piores de contágio, nos primeiros meses de 2021. São Paulo foi uma das cidades que teve Corpus Christi antecipado, em março. No entanto, como nem todos os setores aderiram, o dia na capital paulista será de bancos e alguns serviços fechados.
Em Porto Alegre, Corpus Christi foi decretado como feriado religioso móvel em 18 de setembro de 1978. Entre as capitais brasileiras, também é considerado assim em Aracaju (Sergipe), Belo Horizonte (Minas Gerais), Cuiabá (Mato Grosso), Florianópolis (Santa Catarina), Fortaleza (Ceará), Porto Velho (Rondônia), Salvador (Bahia), São Paulo, Teresina (Piauí) e Vitória (Espírito Santo).
Corpus Christi
A celebração de Corpus Christi foi criada no século 13. A expressão significa, em latim, "corpo de Cristo" — referência direta àquilo que a data celebra: a instituição da eucaristia, a presença de Jesus Cristo na hóstia consagrada.
Embora móvel, a comemoração sempre ocorre em uma quinta-feira, 60 dias após a Páscoa, em alusão à Santa Ceia. No sacramento, o pão que é consumido simboliza o corpo de Cristo, e o vinho, seu sangue.
No Brasil, é costume que na data seja feita uma procissão. Tapetes com cenas e símbolos importantes da fé católica usualmente marcam o trajeto. A tradição de desenhar esses tapetes — normalmente com areia ou serragem — nasceu em Açores, Portugal. Na madrugada, os fiéis reúnem-se para fazer o trabalho. Sobre o tapete, caminha o padre que leva o ostensório no qual está a hóstia consagrada, protegido pelo pálio, o manto sustentado por hastes e que protege o Santíssimo Sacramento.
No Rio Grande do Sul, a tradição é comum em diversas cidades, como Flores da Cunha, famosa justamente por sua celebração da data e por seus tapetes coloridos.