O julgamento de, pelo menos, um dos réus do caso Kiss que estava previsto para acontecer na próxima segunda-feira (16), em Santa Maria, segue incerto. Nesta segunda-feira (9), o Ministério Público (MP) entrou com recurso pedindo que Luciano Bonilha Leão seja julgado juntamente com os outros três réus em Porto Alegre. Mesmo diante da indefinição e do ingresso de recursos em diferentes esferas, o juiz responsável pelo caso, Ulysses Fonseca Louzada, da 1ª Vara Criminal de Santa Maria, diz que está preparado para conduzir o julgamento no município em que ocorreu a tragédia que deixou 242 jovens mortos.
Questionado por GaúchaZH sobre como avalia a possibilidade do júri de todos os acusados acontecer na Capital, Louzada preferiu não se manifestar. Ele detalha que está focado, independentemente da movimentação de recursos, naquilo que é a sua incumbência: a preparação para a realização do júri em Santa Maria:
— Desde outubro trabalho no planejamento e organização do júri em Santa Maria. Desde hoje (segunda-feira), a UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) já nos liberou o uso da área para montagem da estrutura que precisamos para realização do julgamento. Mobiliários de Porto Alegre devem estar chegando amanhã (terça-feira) na universidade. Funcionários que vem da Capital também. Tudo isso foi devidamente organizado e planejado. Minha função é deixar essas questões bem alinhadas para o julgamento. Estamos a uma semana da data marcada para o júri, então, mesmo com o ingresso de recursos, preciso estar com toda essa estrutura planejada e pronta .
Em outubro de 2019, Louzada emitiu um despacho em que determinou que o futuro dos quatro réus seria definido em dois julgamentos. Marcelo de Jesus dos Santos e Mauro Hoffmann seriam julgados no dia 16 de março de 2020. O segundo júri, de Elissandro Spohr e Luciano Bonilha Leão, ocorreria em 27 de abril de 2020. Contudo, as partes entraram com recursos e o Tribunal de Justiça acatou os pedidos das de defesas de três réus, direcionando o julgamento deles para Porto Alegre, ainda sem data marcada.
Assim, o único réu que seria julgado em Santa Maria seria Luciano Bonilha Leão. Com o novo pedido do MP, o júri no município em que ocorreu a tragédia pode ser cancelado.