O Tribunal de Justiça autorizou, na tarde desta quarta-feira (12), o pedido de mais dois réus do caso Kiss para que o julgamento deles saia de Santa Maria e seja feito em Porto Alegre. Com isso, somente um dos quatro réus será julgado na cidade onde aconteceu a tragédia que resultou na morte de 242 pessoas e outras 636 feridas em janeiro de 2013.
Mauro Londero Hoffmann, um dos sócios da Kiss, e Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista do grupo Gurizada Fandangueira, assim como a Elissandro Callegaro Spohr, também sócio da boate, devem ser submetidos a julgamento único a ser realizado por uma na Capital. A data ainda é indefinida.
A decisão é da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, por dois votos a um. O relator Manuel José Martinez Lucas, era contrário. O desembargador reforçou que autores de crimes dolosos devem ser julgados por membros da comunidade onde os fatos foram cometidos.
O relator também afirma que não há provas de que os réus estariam mais seguros em Porto Alegre. A segurança é um dos principais pontos alegados pela defesa em seus pedidos, assim como "a dúvida sobra a parcialidade dos jurados".
O entendimento dos demais desembargadores foi diferente. O magistrado Jayme Weingartner Neto alegou que o julgamento em Porto Alegre torna mais razoável "a conjectura de que a autocontenção dos mais diretamente atingidos será favorecida pelo ambiente mais neutro, menos carregado de lembranças, associações, idiossincrasias".
Único que ficou sob responsabilidade da Justiça de Santa Maria, o assistente da banda Luciano Bonilha Leão irá a júri em 16 de março de 2020.
Procurado por GaúchaZH, o Ministério Público informou que ainda avalia a possibilidade de recurso.