A obra de dragagem do canal de acesso ao Porto de Rio Grande está próxima de ser concluída. A informação é do diretor superintendente do porto, Fernando Estima, que concedeu coletiva de imprensa nesta sexta-feira (12) para realizar um balanço dos seis primeiros meses de gestão.
A obra atingiu 88%, segundo levantamento feito no final de junho, e deve ser concluída dentro do cronograma. A homologação está prevista para acontecer em outubro.
— A dragagem teve uma parada e, por isso, deverá sofrer um aditivo ao contrato original. Isso é um contrato da União, e nosso monitoramento é ambiental. Nesse quesito, com o suporte do SiMCosta (Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira) tivemos um monitoramento exemplar que servirá aos órgãos federais como exemplo — garantiu Estima.
Assim que encerrar esta intervenção, a superintendência vai defender junto ao governo federal proposta para ter dragagem e manutenção permanente no local.
— A última dragagem que tivemos no canal de acesso foi há cinco anos. Não podemos esperar tanto tempo assim. Esta atual vai retirar 16 milhões de metros cúbicos de sedimentos, o que encarece a obra e a faz durar mais tempo. Se tivermos um modelo de dragagem permanente e de manutenção, como já acontece em outros portos, teremos cerca de 2 milhões de metros cúbicos, no máximo, para retirar a cada ano — explicou.
Rio Grande – São José do Norte
Entre os assuntos abordados na coletiva esteve a travessia de veículos entre Rio Grande e São José do Norte. Estima garantiu que deverão ocorrer, na próxima semana, simulações para viabilizar o início de operação da segunda empresa de transporte de veículos por meio da balsa.
—Além disso, estamos trabalhando com um aplicativo para compra de passagens online. Acreditamos que isso dará um novo salto para o desenvolvimento do turismo de São José do Norte, com a praia do Mar Grosso, pois hoje as famílias optam mais pela praia do Cassino por não ter garantia de retorno na balsa que está sempre lotada — afirmou.
Menos movimento em 2019
Nos seis primeiros meses do ano, o Porto do Rio Grande registrou movimentação de 18,6 milhões de toneladas — queda de 5,13% em relação ao primeiro semestre de 2018.
— Essa retração foi verificada por não termos, em 2019, estoques de passagem da soja como no ano anterior e também reflexos da guerra comercial entre China e Estados Unidos. Mas já estamos verificando um aumento da saída de soja — avaliou.
Outro ponto abordado foi a necessidade de industrialização do Estado do Rio Grande do Sul como ferramenta de desenvolvimento. Estima destacou o fato de o Porto do Rio Grande possuir 2,5 mil hectares disponíveis no Distrito Industrial e também mais de 13 milhões de metros quadrados arrendáveis na orla de Rio Grande e São José do Norte.