O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governo federal disponibilizou recursos financeiros, humanos e tecnológicos ao Estado de Minas Gerais. O presidente esteve na manhã deste sábado (26) em Minas, sobrevoou a região de Brumadinho (MG) atingida pelo rompimento de uma barragem de rejeitos da Vale. Em Belo Horizonte, teve uma reunião com ministros e com o governador mineiro, Romeu Zema.
Apesar de a nota falar em recursos financeiros, a assessoria de imprensa não soube informar qual foi a ajuda oferecida ao Estado.
Sem dar detalhes, Bolsonaro disse que Israel vai oferecer tecnologia para auxílio das buscas em Minas. Ele conversou por telefone com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu.
Bolsonaro diz que governo vai oferecer recursos humanos, financeiros e tecnológicos para ajudar MG
Ao menos 11 pessoas morreram e o número de desaparecidos é superior a 300 segundo informações de autoridades de Minas Gerais.
Estado de calamidade pública
O governo federal também reconheceu estado de calamidade pública do município de Brumadinho (MG) após o desastre causado pelo rompimento de uma barragem de rejeitos da mineradora Vale.
Este é o primeiro passo para que o governo federal possa facilitar a liberação e recursos para o município.
Com reconhecimentos como este, feito por meio de uma portaria publicada em edição extra do Diário Oficial da União, o governo federal poderá facilitar o acesso de moradores do município a programas e benefícios como Bolsa Família, FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).
O ministro da Cidadania, Osmar Terra, está em reunião e pode anunciar medidas da pasta para aliviar as dificuldades vividas pelos que foram atingidos pelo desastre.
Confira a íntegra da nota:
"Estive, nesta manhã, na região de Brumadinho, em Minas Gerais, atingida tragicamente pelo rompimento da barragem da Vale S.A.
Sobrevoei a área, verifiquei a extensão dos danos e confesso minha tristeza, principalmente pela perda lamentável de vidas humanas.
Acompanhei, juntamente com o Governador Romeu Zema, a avaliação das equipes dos órgãos governamentais e determinei que o Governo Federal proporcione total suporte à população vitimada por esse desastre.
Disponibilizaremos recursos humanos, financeiros e tecnológicos para apoiar o Estado de Minas Gerais. Paralelamente, adotaremos todas as medidas necessárias para que tragédias como essa não se repitam e não fiquem impunes. Foi oferecido e aceitamos, por parte do 1º Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ajuda na busca de desaparecidos.
Presidente Jair Bolsonaro"
Tragédia em Brumadinho
A barragem de Brumadinho, cidade localizada a cerca de 60 km de Belo Horizonte, se rompeu na tarde de sexta-feira (25). A tragédia deixou debaixo da lama boa parte das instalações do complexo Córrego do Feijão, que pertence à mineradora Vale do Rio Doce.
A última atualização divulgada pelas autoridades, às 17h30min de sábado (26), indicam que o número de mortos subiu para 34. Outras 81 pessoas estão desabrigadas e 23 feridos estão no hospital. Conforme uma lista da Vale, pelo menos 253 funcionários, próprios e de empresas terceirizadas, ainda não foram localizados. As buscas devem seguir pelas próximas semanas.
Em número de mortos, a tragédia supera o desastre registrado há três anos em Mariana, também em Minas Gerais, quando a barragem de Fundão se rompeu e deixou 19 pessoas mortas.
Neste sábado, familiares e amigos de vítimas da Mina do Córrego Feijão espalharam cartazes na praça principal da localidade de Casa Branca, a cerca de 15 quilômetros da área atingida. Escritos à mão, os cartazes acusam a Vale do Rio Doce de negligência. As cartolinas estampam frases como "o lucro é o que Vale", "a Vale mata", "a Vale não vale nada".