A possibilidade de chuva na região de Brumadinho e o risco de um novo rompimento de barragem na Mina do Córrego Feijão levou a Polícia Militar de Minas Gerais a bloquear o acesso à área mais atingida. No início da tarde deste sábado (26), os agentes também fizeram a evacuação do local, pedindo a moradores próximos (o número é reduzido, por se tratar de uma comunidade rural), a jornalistas e a voluntários que se deslocassem a pontos mais altos, onde a chance de problemas é menor.
O bloqueio foi montado a cerca de oito quilômetros da localidade coberta de lama, em uma estrada de chão batido.
— Aqui ninguém mais entra, só estamos deixando passar o pessoal que mora nas áreas mais elevadas. O pessoal lá de baixo, em número pequeno, já saiu também. Pode chover e daqui a pouco vai escurecer. Não podemos assumir esse risco — disse um PM.
A mina é formada por três barragens. Duas delas, segundo informações das autoridades, teriam rompido na sexta-feira (25). O receio, agora, é de que uma terceira barreira entre em colapso, o que poderia ampliar a tragédia.
Por enquanto, as buscas por vítimas continuam. Ainda não está definido se o trabalho prosseguirá à noite, mas, em caso de mau tempo, a tendência é de que sejam interrompidos.
Tragédia em Brumadinho
A barragem de Brumadinho, cidade localizada a cerca de 60 km de Belo Horizonte, se rompeu na tarde de sexta-feira (25). A tragédia deixou debaixo da lama boa parte das instalações do complexo Córrego do Feijão, que pertence à mineradora Vale do Rio Doce.
A última atualização divulgada pelas autoridades, às 17h30min de sábado (26), indicam que o número de mortos subiu para 34. Outras 81 pessoas estão desabrigadas e 23 feridos estão no hospital. Conforme uma lista da Vale, pelo menos 253 funcionários, próprios e de empresas terceirizadas, ainda não foram localizados. As buscas devem seguir pelas próximas semanas.
Em número de mortos, a tragédia supera o desastre registrado há três anos em Mariana, também em Minas Gerais, quando a barragem de Fundão se rompeu e deixou 19 pessoas mortas.