A médica do trabalho Marcelle Porto Cangussu é a primeira vítima fatal confirmada da tragédia do rompimento da barragem da mineradora Vale, em Brumadinho, no Estado de Minas Gerais.
A informação foi confirmada por telefone pela própria irmã, Juliane Porto, que estava chorando no momento da ligação. Muito abalada, ela não quis dar entrevista.
Marcelle se formou pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e trabalhava desde 2015 na Vale.
Tragédia em Brumadinho
A barragem de Brumadinho, cidade localizada a cerca de 60 km de Belo Horizonte, se rompeu na tarde de sexta-feira (25). A tragédia deixou debaixo da lama boa parte das instalações do complexo Córrego do Feijão, que pertence à mineradora Vale do Rio Doce.
A última atualização divulgada pelas autoridades, às 17h30min de sábado (26), indicam que o número de mortos subiu para 34. Outras 81 pessoas estão desabrigadas e 23 feridos estão no hospital. Conforme uma lista da Vale, pelo menos 253 funcionários, próprios e de empresas terceirizadas, ainda não foram localizados. As buscas devem seguir pelas próximas semanas.
Em número de mortos, a tragédia supera o desastre registrado há três anos em Mariana, também em Minas Gerais, quando a barragem de Fundão se rompeu e deixou 19 pessoas mortas.
Neste sábado, familiares e amigos de vítimas da Mina do Córrego Feijão espalharam cartazes na praça principal da localidade de Casa Branca, a cerca de 15 quilômetros da área atingida. Escritos à mão, os cartazes acusam a Vale do Rio Doce de negligência. As cartolinas estampam frases como "o lucro é o que Vale", "a Vale mata", "a Vale não vale nada".