Pousou às 15h desta terça-feira (25), no aeroporto Salgado Filho, mais um avião da Força Aérea Brasileira trazendo para o Rio Grande do Sul imigrantes venezuelanos que estavam no Estado de Roraima.
Ao todo, são 140 pessoas. Setenta delas foram levadas para a zona norte da cidade, no abrigo Aldeias Infantil SOS, que é uma organização humanitária internacional. Os venezuelanos ficarão no local por tempo indeterminado até conseguir emprego e sustento.
— A partir desta quarta-feira, vamos fazer o cadastramento de todas elas. Inicialmente, vamos verificar a questão da saúde, já que eles vem de uma situação de fronteira. O importante é que eles tenham acesso a toda nossa rede de saúde, assistência, e educação — disse a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de Porto Alegre, Denise Russo.
O grupo que ficará em Porto Alegre é composto por diversas crianças, mulheres e homens. A venezuelana Yoendry Mao estava em Roraima há oito meses. Lá, conta que a situação ficou muito complicada nos últimos meses. Com os dois filhos, o marido e o cunhado, teve de dormir na rua.
— Em Roraima a experiência foi muito ruim. Infelizmente, tem muitas pessoas, inclusive crianças, dormindo nas ruas. Passei por isso. Não nos alugam imóveis e nos tratam mal. Foi uma experiência para toda a vida. E, aqui, queremos uma experiência melhor. Seguir adiante, ter mais qualidade de vida e um futuro para nossos filhos — disse.
Além dos imigrantes que ficaram na Capital, outros 40 venezuelanos foram levados para Cachoeirinha. Eles ficarão em um abrigo alugado pela Organização das Nações Unidas. Na próxima quinta-feira, outros 40 devem se juntar aos que chegaram hoje na cidade.
Do grupo que chegou nesta terça ao Estado, há ainda 21 venezuelanos que foram para Canoas e outros nove que ficarão em Esteio.
O venezuelano Leonardo García chamou a atenção ao levar sua cadela em viagem para Canoas, após liberação pelas autoridades. A cachorrinha Princesa nasceu na Venezuela e tem seis anos.
No total, o RS já recebeu 602 imigrantes.
— Estamos conversando com várias prefeituras. No final de semana, virá o primeiro grupo para a cidade de Chapada. Na próxima semana, vamos lá visitar e procurar trabalhar com os prefeitos do centro do Estado e de outras regiões. Queremos alimentar essa corrente de solidariedade que se formou no RS — disse o ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame.
Desde abril, o governo federal já transferiu de Roraima para outros Estados 2.206 venezuelanos. Eles foram levados para São Paulo, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Manaus, Pernambuco, Paraíba, Distrito Federal, Paraná e Rio Grande do Sul.
A estimativa do governo é de que cerca de cinco mil venezuelanos ainda estejam em Roraima.