Para se entender qual foi o resultado da reunião entre os presidentes Barack Obama e Vladimir Putin a respeito da Síria, em Nova York, é preciso levar em conta as medidas que emergiram do encontro.
Em primeiro lugar, o anúncio de Putin de que reforçaria a presença militar na Síria, em apoio ao exército de Bashar al-Assad, não encontrou qualquer resistência americana.
Obama denuncia apoio a "tiranos que matam crianças" como Bashar Al-Assad
Em segundo, não houve contraponto à notícia de que aeronaves russas podem ser usadas contra o Estado Islâmico (EI).
Finalmente, como já havia feito com Israel, a Rússia concordou em estabelecer coordenação com militares americanos a fim de evitar incidentes entre suas forças no teatro de operações.
Diante disso, as divergências entre Obama e Putin sobre o futuro da Síria perdem importância. Estados Unidos e Rússia estabeleceram um modus vivendi que, para todos os efeitos práticos, beneficia Al-Assad, já sustentado por uma potência regional, o Irã.
É o ditador de Damasco o responsável pela maior parte dos 240 mil mortos da guerra civil - em sua maioria, civis das cidades mais populosas do Oeste, onde predomina a oposição. O EI, segundo levantamento recente, teria feito no máximo 3,4 mil vítimas - pouco mais de 1% do total. Mesmo que não o digam expressamente, Washington e Moscou concordam em deixar Al-Assad ganhar a guerra.
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