Uma campanha lançada há pouco mais de um mês conseguiu arrecadar mais de 4 mil máscaras de acrílico para serem doadas ao Complexo Hospitalar da Santa Casa de Porto Alegre. Nesta terça-feira (2), a instituição recebeu 3.403 equipamentos de proteção provenientes da mobilização. Outras 600 já haviam sido entregues em 6 de maio. A iniciativa chamada Heróis protegem heróis se deu a partir da união de esforços entre profissionais da saúde e empresários.
A ideia partiu do cirurgião dentista Gustavo Lisboa Martins, que queria encontrar uma forma de doar máscaras para a Santa Casa, um dos hospitais em que ele atende. Com o apoio de Juliano José Martins, um dos proprietários de uma fábrica de sapatos injetados no Vale dos Sinos, que passou a usar a empresa para produzir o material necessário na fabricação das máscaras, o desejo de ajudar se consolidou.
Durante 15 dias, no site heroisprotegemherois.com.br, era possível colaborar com a campanha comprando a partir de um equipamento no valor de R$ 20. A venda, porém, era simbólica, já que a máscara era destinada à instituição de saúde, ao invés de ser recebida pelo comprador.
A campanha já foi encerrada, mas o site segue no ar. O saldo, na avaliação do dentista, foi positivo.
— Foi maravilhoso poder contribuir. Claro que colocamos uma meta muito ambiciosa, queríamos ter conseguido doar 30 mil máscaras, mas 4.003 foi muita mais do que achávamos que iríamos ter. Nossa ideia agora é fazer a campanha novamente, dessa vez, em São Paulo — diz Martins.
Para o diretor médico da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, embora o estoque de equipamentos de proteção individual do hospital esteja garantido para as suas atividades assistenciais, a doação é muito bem vista.
— A ação soma-se a este importante momento que estamos vivendo, sobretudo, por estarmos retomando as atividades práticas dos acadêmicos da área da saúde na instituição. Consequentemente, mais pessoas terão a necessidade de utilizar estes equipamentos. Então, somos muito gratos a esta e às demais iniciativas que estão destinando recursos de variadas formas ao nosso hospital — reforça Kalil.
O diretor ressalta que não há falta deste material para quem trabalha na linha de frente, mas que há muitos outros profissionais em atividades de apoio, cujo uso de equipamentos do tipo "escudo" gera maior conforto emocional e mais segurança para trabalhar.