A terça-feira (3) foi de muitas disputas para o Brasil nas Paralimpíadas de Paris. O país brilhou nas modalidades de natação, atletismo, tênis de mesa, bocha, tênis de cadeira de rodas, esgrima de cadeira de rodas, hipismo, goalball, vôlei sentado e futebol de cegos.
Os grandes destaques ficaram por conta de Yeltsin Jacques, bronze nos 5000m T11, e Júlio Agripino, ouro na mesma prova. Os dois disputaram os 1.500m na mesma classe.
O país já abriu a terça com duas medalhas. Invertendo a dobradinha dos 1.500m, Yeltsin Jacques conquistou o ouro, com direito a recorde mundial. Júlio Agripino foi bronze.
O atletismo ainda trouxe uma terceira medalha para o Brasil. Raíssa Machado conquistou a medalha de prata no lançamento de dardo (F56), classe para pessoas que competem em cadeira.
No tênis de mesa, Bruna Alexandre ficou com a medalha de bronze ao perder na semifinal da classe WS10.
A natação também trouxe mais medalhas para o Brasil. Mariana Gesteira ficou com o bronze nos 100m costas, da classe S9 (físico-motora). Pouco depois, Mayara Petzold conquistou a medalha de bronze nos 50m borboleta S6, destinada a atletas com limitações físico-motoras, com o tempo de 37s51.
O Brasil já acumula 48 medalhas nas Paralimpíadas de Paris: 14 de ouro, 10 de prata e 24 de bronze.
Confira o desempenho dos brasileiros nesta terça
Atletismo
Yeltsin Jacques conquistou o bicampeonato paralímpico na prova dos 1.500m T11 (deficiência visual). Ele havia sido ouro em Tóquio 2020 na mesma prova.
Com o tempo de 3min55s82, Yeltsin ainda bateu o novo recorde mundial, que era seu mesmo, de 3min57s60 feito em Tóquio.
Outro brasileiro envolvido na disputa, Júlio Agripino conquistou a medalha de bronze, com o tempo de 4min04s03.
Raíssa Machado levou a prata no lançamento de dardo (F56), classe para pessoas que competem em cadeira. Ela lançou para 23m51cm, ficando atrás apenas da letã Diana Krumina.
Izabela Campos ficou com a quarta posição no lançamento do disco na classe F11 (para deficientes visuais). Ela lançou para 34m94cm.
Bartolomeu Chaves passou para a final dos 400m (T37). O brasileiro venceu sua bateria, com 52s34. Ele avançou com o quarto melhor tempo das semifinais. A disputa por medalhas ocorrerá na quarta.
Nos 100m T13, duas brasileiras se garantiram na final da prova: Gabriela Ferreira e Rayane Soares. Na grande decisão, Rayane conquistou medalha de prata para o Brasil com um tempo de 11s78, a melhor marca da vida dela.
Nos 100m T47, somente Maria Clara Augusto avançou à final. Ela fez a sua melhor marca na temporada, 12s63, e avançou com o oitavo melhor tempo.
Fernanda Yara, medalhista de ouro na prova dos 400m, fez o tempo de 12s64 e ficou fora da final, com o nono tempo geral.
No T20, a brasileira Antônia Keyla ficou na penúltima posição dos 400m feminino.
Aline Rocha chegou na nona posição na final dos 1.500m T54 (que competem em cadeiras de rodas). Ela completou a prova em 3min23s43.
No salto a distância T37, Mateus Evangelista conquistou a medalha de bronze de 6,20m.
Já Jerusa finaliza o ano com chave de ouro, ganhando justamente a medalha dourada nos 100m feminino T11. Na mesma prova, Lorena Spoladore ficou com o bronze.
Natação
Mariana Gesteira ficou com o bronze nos 100m costas, da classe S9 (físico-motora). Ela nadou para 1:09.27. A brasileira tinha se classificado com o segundo melhor tempo da classificatória.
Mayara Petzold conquistou a medalha de bronze nos 50m borboleta S6, destinada a atletas com limitações físico-motoras, com o tempo de 37s51.
Carol Santiago, duas vezes medalhista de ouro em Paris e nadadora do Grêmio Náutico União, passou para a final dos 200m medley (SM13). Ela fez o sexto melhor tempo.
Na decisão, a brasileira ficou em quinto lugar.
Victor Almeida dos Santos, caçula da delegação brasileira, ficou com a quinta posição na final dos 100m costas da classe S9 (limitação físico-motora). Ele fez a distância em 1min03s69.
Outro brasileiro envolvido na disputa, Lucas Mozela não se classificou. Ficou em 12⁰, com o tempo de 1min07s72.
O paulista Samuel Oliveira também voltou à piscina na noite de Paris. Ele ficou com a quarta posição nos 50m costas, da classe S5 (limitação físico-motora), em uma prova dominada por chineses.
O paulista Gabriel Melone também esteve nas finais. O nadador fez os 50m borboleta, da classe S6 (limitação físico-motora), em 32s82 e ficou na quinta posição.
As brasileiras Maiara Barreto e Edênia Garcia não avançaram à final dos 100m livre da classe S3 (limitação físico-motora).
Goalball
Depois de uma fase classificatória sem vitórias, o Brasil superou a seleção japonesa, favorita, e garantiu pelo menos a disputa pelo bronze em Paris 2024. As brasileiras venceram por 2 a 0.
Esgrima em cadeira de rodas
A estreia da modalidade em Paris teve duas brasileiras no começo da manhã. Carminha Oliveira venceu Duean Nakprasit (Tailândia) no sabre, na classe A. Nas oitavas, Carminha perdeu para Eva Hajmasi, da Hungria, caindo para a repescagem. Em busca de recuperação, a brasileira acabou eliminada por Gemma Collis.
Por outro lado, Raissa Veras perdeu para a chinesa Xufeng Zou na mesma prova.
A derrota voltou a aparecer no masculino. No sabre, classe B, os gaúchos Vanderson Chaves e Jovane Guissone perderam logo na primeira rodada. Os dois gaúchos se enfrentaram na repescagem, com Vanderson levando a melhor e avançando. No entanto, na sequência, o atleta do União foi eliminado também da repescagem.
Mônica Santos, atleta do Grêmio Náutico União, perdeu para Saysunee Jana (Tailândia) no sabre nas oitavas de final da classe B. Contra uma esgrimista canadense, a gaúcha venceu por 15 a 14 e avançou na chave da repescagem. A alegria logo acabou, quando Mônica perdeu para uma atleta da Polônia.
Kevin Damasceno e Lenilson de Oliveira foram derrotados nas oitavas de final do sabre (classe A). O atleta do União perdeu para Richard Osvath (Hungria), enquanto Lenilson não superou Andrii Demchuk (Ucrânia).
Na repescagem, o gaúcho superou William Schoonover, dos Estados Unidos. O outro brasileiro perdeu para o canadense Ryan Rousell. Kevin, logo depois, perdeu para um esgrimista da Itália.
Tênis de mesa
Na semifinal da WS10, Bruna Alexandre foi derrotada pela australiana Qyan Yang por 3 games a 2. Assim, mesmo eliminada, garantiu a medalha de bronze.
Danielle Rauen venceu Mirjana Lucic em 3 games a 0 (11/8, 12/10 e 11/6), avançando às quartas da classe WS9.
Na mesma classe, Jennyfer Parinos perdeu para Iryna Shynkarova em 3 a 1.
Nas quartas de final da classe WS8, Sophia Kelmer perdeu para Wenjuan Huang, da China, por 3 games a 0.
Cátia Oliveira perdeu por 3 games a 1 de Dorota Buclaw (Polônia) e parou nas quartas de final na WS1-2.
No WS11, Evellyn Santos perdeu por 3 sets a 0 para Natsuki Wada.
Bocha
Evelyn Oliveira e Mateus Carvalho derrotaram Elanza Jordaan e Karabo Morapedi (África do Sul) nas duplas mistas da bocha (BC3). Os brasileiros venceram por 7 a 0.
A dupla André Martins e Laissa Guerreira perdeu para Hanna Elfar e Mahmoud Allam (Egito) no tie-break na BC4, depois de um empate em 2 a 2. Na sequência, também foram derrotadas para Leung Yuk Wing e Cheung Yuen, do Hong Kong, por 9 a 2.
Na equipe mista, o Brasil perdeu para a Eslováquia por 6 a 5 na classe BC1-2. Depois venceu a Tailândia por 7 a 3.
Tênis em cadeira de rodas
Gustavo Carneiro e Daniel Rodrigues perderam para a dupla Frederic Cattaneo e Stephane Houdet, franceses e donos da casa. Os brasileiros caíram nas quartas de final do torneio por 2 sets a 0.
Hipismo
Sérgio Oliva, montando o cavalo Milenium, terminou na 16ª posição da prova de Grau I. Ele obteve 66.667% de execução na sua apresentação.
Futebol de cegos
Já classificado na categoria masculina, o Brasil ainda precisava definir a posição em seu grupo. O empate sem gols com a China deixou o time em primeiro lugar, porém, o adversário da semifinal será o atual campeão mundial: a Argentina.