A prata conquistada nesta quinta-feira (1º) pelo brasiliense Caio Bonfim, 33 anos, transformou o Brasil em uma potência na marcha atlética. Ao menos, essa é a avaliação do próprio medalhista e das atletas femininas da delegação. O desafio agora é popularizar a prova no país.
A pernambucana Erica Sena, 39 anos, que terminou em 13° lugar a marcha feminina, concorda que a medalha de Caio e os resultados do Brasil neste ciclo olímpico fazem o país subir de patamar na prova, que faz parte do atletismo.
— O Brasil hoje em dia já é uma potência sim. Ganhamos agora uma medalha olímpica pela primeira vez na história e tivemos três atletas classificados tanto no masculino quanto no feminino. É a primeira vez que isso acontece na história da marcha atlética brasileira. Então, é extraordinário. A modalidade está crescendo muito — disse a atleta, que conquistou o bronze em abril no Mundial de Marcha Atlética, disputado em Antalya, na Turquia.
Já a carioca Viviane Lyra, 31 anos, que terminou a prova na 18ª posição devido a uma punição, espera que a medalha conquistada por Caio Bonfim torne a marcha atlética mais popular no Brasil.
— A gente já escreveu uma história, né? Temos nesta Olimpíada a maior delegação de marcha da história do Brasil, e eu acho que isso é uma motivação para as novas gerações e para a gente continuar treinando e evoluindo. Que seja uma motivação também para a garotada. Bora marchar, pessoal — pediu a atleta.
O medalhista Caio Bonfim, por sua vez, citou a popularidade do futebol e destacou o potencial da marcha atlética ganhar mais praticantes a partir da prata conquistada em Paris.
— Eu brinco que o Brasil tem dois esportes: o futebol e o outro que está ganhando. Então, se você quer aparecer, você tem que estar nesse outro que está ganhando. E agora somos medalhistas olímpicos. Tomara que essa medalha possa abrir essa porta e atrair mais investimentos — avaliou.
O pedido foi reforçado por Erica Sena.
— Existem muitas pessoas que ainda não conhecem a marcha atlética no Brasil. Espero que a criançada veja essa medalha do Caio e que a marcha seja mais conhecida e incentivada — finalizou.
Na próxima quarta-feira (7), o Brasil disputará ainda o revezamento misto da marcha atlética, prova que fará em Paris a sua estreia em Olimpíadas.
Motivada pela primeira medalha, a equipe brasileira, formada por Caio Bonfim e Viviane Lyra, terá uma nova oportunidade de tentar transformar o Brasil no "país da marcha atlética".