Sabe aquele momento em que a equipe considerada zebra tem a ilusão de que poderá vencer a favorita? Ele não deu às caras na Arena Bercy, em Paris, nesta terça-feira (6). Sob o comando de LeBron James, os Estados Unidos superaram o Brasil por 122 a 87 e seguem na luta pelo ouro olímpico. Aos brasileiros resta voltar para casa com o sentimento de dever cumprido. A eliminação veio diante de uma seleção formada por astros da NBA.
Raulzinho iniciou uma partida pela primeira vez na Olimpíada, junto de Huertas, Gui Santos, Léo Meindl e Caboclo. No lado americano, o quinteto inicial foi Curry, Booker, Holiday, LeBron James e Embiid, com Kevin Durant no banco de reservas.
Se a ideia era rodar a bola com tranquilidade, a realidade foi diferente. Desde os primeiros minutos, o time de Alexandar Petrovic sofreu com a marcação adversária. Sendo realista, não só com a marcação. Tanto que com quatro minutos transcorridos, a vantagem da equipe de Steve Kerr já era de dois dígitos. O primeiro quarto terminou em 33 a 21.
No segundo, os brasileiros ficaram quatro minutos sem pontuar. A diferença chegou a 19 pontos. Com a ajuda de Didi Louzada na marcação e a eficiência de Huertas e Lucas Dias, foi possível emendar uma corrida de 10 a 0. O placar chegou a 42 a 32. O problema é que a menor distância trouxe os americanos de volta. Sem muito esforço, eles foram para o intervalo com um 63 a 36.
Com um ar de que a classificação americana já estava decidida, as duas seleções trocaram pontos. Caboclo seguiu como destaque brasileiro. O terceiro quarto foi encerrado com um 94 a 71, com vitória brasileira por 35 a 31.
O panorama se repetiu no último período. Em dois minutos, os rivais alcançaram os 100 pontos. No mesmo ritmo, fecharam em 122 a 87. Caboclo foi o cestinha do Brasil, com 30 pontos. Nos Estados Unidos, Booker, com 18, foi quem mais pontuou.
O retorno aos Jogos Olímpicos depois de oito anos e a presença entre as oito melhores seleções do basquete mundial devem ser comemorados. Há talento, tanto no masculino quanto no feminino, mas não há como evoluir sem planejamento. A continuidade do trabalho do técnico Petrovic é incerta.
Huertas, presença frequente na seleção desde 2004, se despediu. Vitor Benite e Cristiano Felício devem também ter tido a última aparição com a camisa verde-amarela. Entre os nomes que podem surgir entre os convocados estão Reynan, Samis Calderon e Mathias Alessanco. É hora de iniciar um novo ciclo.