Os Jogos Pan-Americanos começam nesta sexta-feira (20), e o Time Brasil chega com força, tentando repetir o desempenho da edição anterior, em Lima-2019, quando terminou atrás apenas dos Estados Unidos no quadro de medalhas. Aqui, na capital chilena, a delegação é composta por 1.020 pessoas, sendo que 621 são atletas (342 homens e 279 mulheres). Esta é a maior equipe da história do país em uma competição no Exterior.
A segunda posição atingida em Lima foi histórica. Desde 1963, quando sediou o evento pela primeira vez, em São Paulo, o Brasil não era o segundo colocado. Naquela ocasião foram 14 ouros contra 104 dos Estados Unidos, que só não lideraram a classificação na primeira edição dos Jogos, em Buenos Aires-1951, quando os donos da casa pontearam a disputa. No Peru, os brasileiros subiram no pódio 169 vezes, sendo 54 vezes para receber a medalha de ouro.
— O COB quer sempre fazer amanhã melhor do que fez ontem. O trabalho foi desenvolvido para que haja evolução da participação brasileira nos Jogos Pan-Americanos. Temos sempre por objetivo evoluir em nossas participações nas principais competições em que organizamos a delegação brasileira. Nosso produto é a medalha e somos responsáveis por traçar estratégias para melhorar sempre e potencializar nossas chances de classificação — comenta o campeão olímpico de judô em Barcelona-1992 Rogério Sampaio, que hoje exerce o cargo de diretor-geral do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e será o chefe da missão brasileira em Santiago.
Na quinta-feira (19), um grupo de jornalistas brasileiros foi convidado pelo COB a conhecer as instalações do Time Brasil na Vila Pan-Americana. A estrutura que toma todo um prédio conta com todas as áreas possíveis. Dali ainda são abastecidos os atletas que estão espalhadas nas seis subsedes.
— Atletas já chegaram, a estrutura toda montada, serviços médicos, fisioterápicos, área de saúde mental, enfim, todas as áreas disponíveis aos atletas. Agora é isso, estamos assim, nesse misto de ansiedade e confiança para o início da competição —destaca Sampaio.
A equipe de trabalho do COB tem diversas áreas e todas elas precisam atuar de forma precisa para atender a delegação, independentemente de onde os atletas estejam. O ponto principal é a Vila de Santiago, mas mesmo quem está em San Pedro de la Paz, a quase 600 km da capital do Chile, que é a base mais distante, onde competirão remo e canoagem velocidade, tem a mesmo atenção. Para levar uniformes e material até lá, o COB fez viagens de avião até a cidade.
—É um desafio muito grande oferecer esse apoio de alto nível aos nossos atletas por todo o país. O COB não está só em Santiago, está no Chile inteiro. Estamos falando da contratação de uma série de hotéis para suprir a necessidade de acomodação da nossa delegação e equipes de apoio — explica Joyce Ardies, gerente de Jogos e Operações Internacional do COB.
E essa estrutura em Santiago fez o Brasil trazer grandes nomes para o Pan. Em quase todas as modalidades a seleção principal se faz presente, o que mostra a ideia do COB de firmar cada vez mais a força do esporte olímpico e pan-americano. Vale lembrar que os Jogos Pan-Americanos deste ano irão oferecer vagas para os Jogos Olímpicos de Paris-2024 em 21 esportes, de forma direta, e que outros 12 somarão pontos para seus respectivos rankings olímpicos.
Dessa forma, a partir desta sexta, Santiago irá ver de perto nomes como Rebeca Andrade e Arthur Nory, da ginástica artística; Ana Marcela Cunha, das águas abertas; Isaquias Queiroz, da canoagem velocidade; Bia Ferreira e Abner Teixeira, do boxe; Rafaela Silva, Rafael Silva, Ketleyn Quadros e Daniel Cargnin do judô; Rayssa Leal; Maicon Andrade, do taekwondo; Alvaro de Miranda Neto, o Doda, do hipismo; Felipe Wu, do tiro esportivo; Martine Grael e Kahena Kunze, da vela; Luisa Stefani e Laura Pigossi, do tênis; e Fernando Scheffer, da natação. Todos têm em comum medalhas olímpicas em suas carreiras.
Mas além destes também representarão o Brasil atletas que tem se destacado e conquistado títulos importantes neste ciclo olímpico e que são esperanças de pódio em Paris, como Darlan Romani, do atletismo; Duda e Ana Patrícia, do vôlei de praia; Pâmela Rosa e Augusto Akio, o Japinha, do skate; Marcus D'Almeida, do tiro com arco, e Hugo Calderano, do tênis de mesa.
E o Rio Grande do Sul também terá seus atletas por aqui. A Sogipa será representada por cinco judocas (Daniel Cargnin, Ketleyn Quadros, Aléxia Castilhos, Rafael Macedo e Leonardo Gonçalves) e mais Almir Junior, do atletismo. A equipe ainda terá os técnicos Kiko Pereira (seleção masculina de judô), Jorge Fanck (seleção brasileira de tênis de mesa feminino) e Arataca (Almir Jr).
Já o Grêmio Náutico União terá três nadadores (Pedro Farias, Thiago Ruffini e Viviane Jungblut), três esgrimistas (Guilherme Toldo, Pedro Marostega e Mariana Pistoia) e um remador (Piedro Tuchtenhagen) e os treinadores Kiko Klaeser (natação), Alexandre Teixeira, que atuará como chefe da delegação de esgrima, e Adriana Alves, que atuará como árbitra de ginástica artística. O clube ainda terá uma representante na delegação da Argentina, a nadadora de águas abertas Candela Giordanino .
Na vela, Samuel Albrecht, do Veleiros do Sul, marcará presença, assim como Ana Barbachan, e Gabriel Simões, do Clube dos Jangadeiros. Jaqueline Weber, que agora está no mineiro Praia Clube, participará dos 800 e 1.500m no atletismo. No futebol, a dupla Gre-Nal tem quatro convocados (Ronald, Gustavo Martins, Matheus Dias e Thauan Lara).
A aventura pan-americana começa nesta sexta, e a expectativa é que o hino do Brasil toque ao menos 50 vezes em Santiago.