E cá estou eu em Santiago, a bela capital chilena, que é sede de mais uma edição dos Jogos Pan-Americanos. Será minha quinta vez nesse evento e confesso que estou tomado pela ansiedade, apesar da experiência recomendar o contrário. Mas acredito que se não sentisse nada, seria um sinal de que não teria mais nada a fazer.
Mas a ida para o Chile me trouxe duas surpresas. A primeira delas foi. Ao estar há 20 minutos do embarque, no Aeroporto de Curitiba, ter o meu nome chamado para comparecer ao portão e me identificar e ouvir: " você despachou uma mala?". "Sim, despachei a minha mala de roupas em Porto Alegre". E aí começou o problema. Fui informado que deveria comparecer a um outro setor do aeroporto Afonso Pena porque o raio x detectou um objeto estranho na bagagem.
Bom, na hora pensei "o microfone reserva está naquela mala, assim como um cabo". Afinal não dá pra ter só o titular né?. É o que os 22 anos de viagens para fora do Brasil a trabalho me fez aprender entre outras coisas. Após alguns minutos atravessei o aeroporto acompanhado de uma funcionária da companhia aérea. E no trajeto lembrei que tinha embalado a mala para evitar qualquer problema de extravio, etc. O prejuízo esta altura já estava garantido, porque não tem ressarcimento e nem embalam de novo.
Ao chegar ao local, já com as chaves na mão, espero até que a mala chegue ao local conduzida por dois funcionários do aeroporto. E ali mesmo, num corredor atrás de outro raio x e, após ver a embalagem ser cortada, abri a mala, no chão e comecei eu mesmo a busca, até encontrar o problema: a bateria para carregar o celular, que lembro ter comprado em 2015, no Pan de Toronto. Pronto! Resolvido. A bateria veio para minha mochila e finalmente fui liberado.
Só que nesse meio do caminho, passei por uma campeã olímpica e Pan-americana, a gaúcha Fernanda Garay, que mora em Curitiba e que estava indo no mesmo vôo para Santiago, onde será comentarista do Canal Olimpico do Brasil. Quando cruzamos na entrada da sala de embarque, ela me olha assustada e diz:" você tá indo pro lado contrário!". Aquela altura eu iniciava a jornada para abrir minha bagagem.
Mas passados minutos nos reencontramos e conversamos sobre Pan, vôlei e Olimpíada, até embarcarmos e nos dirigirmos para nossos respectivos assentos, não antes dela me contar que precisou colocar um xampu na mala e que para seguir as regras da aviação, precisou ir a uma farmácia comprar um ziploc, aquele saquinho que usamos em casa, para guardar o produto na mala.
Enfim, foi o começo dessa jornada pan-americana. E fica a dica, mesmo que você seja experiente em viagens, procure cuidar dos detalhes. Eles podem ser decisivos.