A equipe brasileira manteve a liderança do quadro geral de medalhas do Campeonato Mundial de Atletismo paralímpico, que ocorre em Kobe, no Japão. Com dois ouros e uma prata conquistados neste sábado (18), o Brasil soma 11 pódios (seis ouros, quatro pratas e um bronze) e supera a China, que neste sábado ganhou quatro ouros e igualou a marca dos brasileiros.
O primeiro ouro veio com Ricardo Mendonça, que confirmou seu favoritismo na prova final dos 100m da classe T37 (paralisados cerebrais). Com o tempo de 11seg30, ele garantiu o bicampeonato mundial. O russo Andrei Vdovin, que compete como atleta neutro, ficou com a prata com a marca de 11seg54, e o indonésio Saptoyogo Purnomo levou o bronze, com 11seg63. Já o acreano Edson Cavalcante chegou na quarta colocação, com 11egs77.
— Consegui acertar a saída, desenvolvi uma boa prova e conseguimos essa marca boa, com outro título. O Mundial do ano passado é muito especial porque foi o primeiro. Esse agora tem um outro peso, de estar no Japão novamente (após os Jogos de Tóquio) e conseguir repetir o feito. Mas a emoção vai ser sempre a mesma. Estou muito feliz. Tudo pode acontecer em Paris 2024 e eu quero mais — disse Ricardo, 34 anos, que nasceu em Natividade, no Rio de Janeiro.
A segunda conquista dourada do Brasil neste sábado veio com o paraibano Cícero Nobre, que venceu o lançamento de dardo F57 (atletas que competem sentados). Com 50m18cm, ele garantiu sua vaga para os Jogos Paralímpicos de Paris 2024. O turco Muhammet Khalvandi (49m80cm) e o iraniano Amanolah Papi (49m61cm) completaram o pódio.
— Procuro fazer na competição o que planejamos dentro dos treinos. Vim para essa prova com o objetivo de romper os 50 metros. Então, foi uma excelente prova e com o mais importante: a medalha de ouro e a vaga para Paris 2024. Vamos em busca agora dos 51 metros, do recorde mundial para continuar com a nossa evolução — afirmou Cícero, que tem má-formação congênita bilateral nos pés.
O terceiro pódio brasileiro no dia foi a prata de Rayane Soares nos nos 100m T13 (deficiência visual). Com 12seg41, a maranhense só foi superada pela azeri Lamiya Valiyeva, com 11seg94, novo recorde da competição. Gloria Majaga, de Botsuana, garantiu o bronze com 13seg41.
— As minhas adversárias eram muito fortes. Mas eu consegui fazer o meu melhor. Estou feliz pela corrida que eu fiz — comentou a paratleta que nasceu com uma má-formação nos globos oculares e que ainda vai competir nas provas dos 200m e 400m T13.
Na final dos 5.000m T54 (competem em cadeiras de rodas), Aline Rocha terminou na última posição. A paranaense completou a prova em 11min42seg32. O ouro ficou com a chinesa Tian Yajuan, com 11min41seg76, um novo recorde do campeonato.
O Mundial de Atletismo Paralímpico reúne 1.069 paratletas de 102 países. A delegação brasileira tem 46 paratletas e 10 atletas-guias.