Rafael Sobis pegou todo mundo de surpresa na última terça-feira (9). Logo depois de deixar o gramado do Mineirão após a vitória do Cruzeiro sobre o Brusque pela Série B do Brasileirão, o atacante anunciou a sua aposentadoria do futebol.
Em entrevista ao programa Bola nas Costas, da Rádio Atlântida, a primeira desde que deixou os gramados, o agora, ex-jogador contou como foi a decisão de encerrar a sua carreira, que começou no Inter — ainda como menino recém-saído de Erechim.
— Quando cheguei ao estádio, falei para um companheiro meu: "Acho que vou parar hoje (na terça)". Senti que a gente ia ganhar, ia ficar bem de pontos. Avisei um, outro, na entrada de campo avisei o Mauricio, auxiliar do (Vanderlei) Luxemburgo. Não falei com ninguém, nem com família, amigos ou empresário. Apenas tive a sensação de que seria aquele momento. Foi uma decisão do coração, um sentimento. Alguns companheiros me abraçaram no final do jogo e nem sabiam o motivo — contou.
Sobis foi um atacante multicampeão durante toda carreira. Além do Cruzeiro e do Inter, passou por Fluminense, Ceará, Tigres-MEX, Al Jazira-EAU e Betis-ESP. O jogador é bicampeão da Libertadores, com o Colorado, duas vezes campeão da Copa do Brasil, com o Cruzeiro, e campeão brasileiro com o Fluminense, em 2012. O jogador confessou ter orgulho da sua trajetória.
— Se eu olhar para trás, eu me sinto muito orgulhoso. Não tenho essa noção ainda. A partir do momento que larguei, recebi mensagens de gremista, de flamenguista. Eu vejo que valeu a pena, os amigos, todo mundo mandando mensagem dizendo que aprendeu comigo. Hoje, mais velho, nascendo para uma vida nova, isso conta muito. Faria tudo de novo, minha carreira é vitoriosa, sou bem quisto em todos os clubes em que passei.
Ídolo do Inter, autor de gols em duas finais de Libertadores, ele contou que recebeu uma proposta do Grêmio, quando defendia o Fluminense.
— O Grêmio pagava mais para o Al Jazira e para mim. Eu implorei para um amigo meu que era advogado do clube para poder ficar no Fluminense. Meu empréstimo lá tinha chegado ao fim. Ele conseguiu enrolar o sheik. Não tive vontade de vestir a camisa do Grêmio. Por educação, eu conversei, mas eu não quis.
