Com a possibilidade de Tite deixar o comando da Seleção Brasileira em virtude da crise existente na CBF, o nome do técnico Renato Portaluppi, ex-Grêmio, começou a tomar as manchetes dos principais portais ligados ao futebol brasileiro, que o apontam como favorito para assumir o cargo se houver troca.
Segundo o ge.globo, o presidente Rogério Cabloco, afastado da presidência da entidade por 30 dias no último domingo, teria, inclusive, prometido ao governo federal a saída do atual treinador e a contratação de Renato. No entanto, o presidente em exercício, Coronel Nunes, garantiu a permanência de Tite no comando da equipe.
O nome do ex-técnico do Tricolor é considerado o primeiro na lista, principalmente, por dois motivos claros.
Dentro de campo
O primeiro é o desempenho que Renato teve à frente do Grêmio de 2016 até o início da atual temporada. Desde que voltou para Porto Alegre, ele conquistou a Copa do Brasil, a Libertadores, a Recopa Sul-Americana e três Campeonatos Gaúchos, afirmando-se como um dos melhores técnicos do continente.
A terceira passagem de Renato não foi só de títulos, mas também de recordes. Por exemplo, tornou-se o primeiro (e até agora único) brasileiro a conquistar a Libertadores como técnico e jogador. Assumiu o posto de treinador que mais comandou o Grêmio na história.
Além disso, classificou o Tricolor cinco vezes de forma consecutiva a principal competição sul-americana. Os quatro anos e sete meses à frente do clube gaúcho o transformaram no técnico mais longevo no Brasil no século 21.
Alinhamento político
O campo mostrou as condições que o ídolo gremista tem de assumir o comando da Seleção Brasileira, mas existe outro fator que conta positivamente para Renato: sua proximidade com o presidente Jair Bolsonaro. A relação deles é tão próxima que ambos chegaram a trocar telefonemas desde que Bolsonaro assumiu o Palácio do Planalto, no início de 2019. Isso ocorreu depois de o técnico abrir o voto na eleição de 2018.
Em 2020, com a pandemia paralisando o futebol brasileiro, Renato virou uma espécie de "consultor informal" do presidente em relação ao assunto, em especial sobre a volta dos treinos e dos jogos em meio à pandemia de covid-19. À época, o treinador gremista desaconselhou Bolsonaro de forçar a volta da rotina nos clubes e campeonatos.
Mais recentemente, quando ainda treinava o Grêmio, Renato enviou uma camiseta gremista com o seu número e com o nome de Bolsonaro para o presidente.