O Inter viveu momentos complicados com Paolo Guerrero nos últimos dias. O peruano, através de seu empresário, havia pedido a rescisão do contrato com o clube, o que criou um litígio com a direção. Ele tem contrato com o Colorado até o final deste ano. No entanto, depois de reunião na terça-feira (4), o jogador voltou atrás, garantindo sua permanência no Beira-Rio até dezembro.
Essas situações não são exclusivas do time dos colorados. Recentemente, o Grêmio também sofreu com situações parecidas. Na dupla Gre-Nal, alguns jogadores saíram — casos de Kléber Gladiador e Scocco. Outros conseguiram chegar a um acordo com os clubes e permaneceram, como o próprio peruano e Ferreira.
Confira os casos
Ferreira (atacante do Grêmio - 2020)
Em março de 2020, Ferreira e o Tricolor entraram em desacerto na renovação contratual. O empresário e o atleta pediam um salário maior do que oferecido pela equipe gaúcha.
O imbróglio fez com que o jovem atacante ficasse de fora da primeira lista de inscritos para a Libertadores da temporada passada. Uma proposta do Athletico-PR chegou a ser feita para o Grêmio, que a recusou. Dias depois, o jogador entrou com uma ação contra o clube, pedindo a rescisão do seu vínculo.
Praticamente seis meses depois do começo da negociação, após altos e baixos na relação, Ferreira e Grêmio chegaram a um acordo e renovaram o contrato.
Kléber Gladiador (atacante do Grêmio - 2015)
Contratado como o grande nome para o ano de inauguração da Arena, Kleber não correspondeu ao que torcida e direção esperavam. Depois de um início promissor, com direito a gol decisivo em Gre-Nal no Beira-Rio, o jogador sucumbiu a uma série de lesões.
Em 2013, ele chegou a ser titular na maior parte da temporada, sob o comando de Vanderlei Luxemburgo e, depois, de Renato Portaluppi, Porém, após novas lesões e um empréstimo ao Vasco, em 2014, Kleber foi afastado por Luiz Felipe Scolari — seu desafeto desde os tempos de Palmeiras — e deixou o clube em 2015, após imbróglio judicial, tendo entrado com uma ação contra o Tricolor.
Marcelo Hermes (lateral-esquerdo do Grêmio - 2016)
O lateral e seu empresário recusaram a proposta de renovação de contrato do Tricolor. Com isso, Marcelo Hermes foi afastado do grupo principal e passou a treinar com a equipe de transição. Assim como Guerrero, ele tinha mais seis meses de contrato com o Grêmio, mas o acerto esbarrou na questão salarial.
No começo de 2017, já livre no mercado, o lateral assinou contrato de cinco anos com o Benfica, de Portugal, mas também não obteve sucesso no time português.
Bruno Gomes (atacante do Inter - 2017)
Sem ser utilizado pelo então técnico Argel, Bruno Gomes, então com 19 anos, foi emprestado para o Estoril em 2016 para ganhar experiência. Ao final do empréstimo, em junho de 2017, o clube português optou por não exercer a cláusula de compra de 1 milhão de euros (R$ 3,7 milhões, na cotação da época) e devolveu o atleta.
Porém, poucos meses depois, Bruno Gomes ingressou com uma ação contra o Inter na Justiça do Trabalho, alegando atraso nos direitos de imagem. Derrotado em duas instâncias, ele recorreu ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), onde obteve um habeas corpus, liberando-o para, em tese, trabalhar onde quisesse.
Com base na decisão judicial, a CBF liberou o jogador do vínculo com o Inter. Assim, o centroavante viajou para Portugal e assinou em definitivo com o Estoril, sem indenizar o clube gaúcho. Meses depois, o jurídico colorado conseguiu reverter a decisão no TST.
Scocco (atacante do Inter - 2014)
Depois de ser contratado por US$ 6,5 milhões em 2013, o argentino, que vinha de boa temporada pelo Newell's Old Boys, pediu para deixar o Colorado no começo da temporada de 2014. Àquela altura, Scocco deixava claro seu desconforto e, em uma das reuniões com os dirigentes, disse que lhe "faltava adrenalina" em Porto Alegre.
O atacante tinha mais dois anos de contrato e foi posto para treinar em separado do elenco principal do Inter. Ainda em janeiro de 2014, foi negociado com o Sunderland, da Inglaterra.
Forlán (atacante do Inter - 2014)
Contratado com o status de craque — afinal, havia sido o melhor jogador da Copa do Mundo de 2010 —, o uruguaio permaneceu por pouco tempo em Porto Alegre. Ele desembarcou na Capital em julho de 2012 e deixou a cidade no começo da temporada 2014, rumo ao Gamba Osaka, do Japão.
A saída começou a tomar forma na reapresentação de Forlán ao Inter para a pré-temporada. Ele se apresentou com três dias de atraso, alegando indisposição estomacal. Já com o grupo em Gramado, pediu a liberação para participar de um evento com a taça da Copa do Mundo em Montevidéu. Dias depois de voltar, acertou sua saída.
O uruguaio deixou o Colorado um ano e meio antes do término do seu vínculo, tendo feito 55 partidas e 22 gols.