O futebol é dinâmico. A frase antiga ajuda a definir a experiência vivida por Tiago Rech, torcedor do Santa Cruz que viralizou nas redes sociais em 2012, quando assistiu sozinho ao seu time ser goleado pelo Grêmio, no Gauchão. Quase nove anos depois, aquele jovem de semblante triste abriu um sorriso ao conduzir, como presidente, o clube do coração à conquista da Copa Ibsen Pinheiro.
— Era um sábado e eu estava de plantão. Trabalhei, deixei meu carro no estacionamento e fui caminhando até o (Estádio) Olímpico. Assisti ao jogo sozinho e perdemos de 4 a 1 para o Grêmio. Ainda comemorei o primeiro gol. E hoje estou podendo comemorar o primeiro título da história do Santa Cruz — relembrou ele, em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha. — O Santa Cruz, na terceira divisão, vai disputar a Copa do Brasil. Que loucura isso — exclamou o dirigente de 33 anos.
O troféu foi erguido nesta terça-feira (22), após o time vencer o São José, nos pênaltis, em pleno Estádio Passo D'Areia. Ao longo da campanha, a equipe da região central do Estado passou por Novo Horizonte, Bagé, União Harmonia e Riopardense na fase de grupos, além de eliminar o Inter-SM na semifinal.
— Meu pai é cardiologista, e acho que tem cuidado bem do meu coração, porque foram disputas de pênaltis em Santa Maria e agora, na final. Foi uma loucura. Mas eu já montei times em outros anos e, neste ano, sentia que tinha dado uma liga, que tinha união. Não sei se é sorte, mas começaram a entrar as bolas que em outros anos batiam na trave ou o goleiro pegava. Eu sentia que era uma coisa diferente — revela ele.
De acordo com o dirigente, o Santa Cruz tem uma folha salarial modesta, investindo cerca de R$ 100 mil em um mês de competição.
— Eu sempre digo que o Santa Cruz não merece estar na terceira divisão. Merece estar nesta situação que está hoje, levantando taça e, quem sabe, futuramente, a gente volte a jogar o Gauchão — conclui ele.