O início tardio no atletismo não foi obstáculo para Fernanda Borges chegar à elite de uma modalidade com pouca tradição no Brasil. Nesta sexta-feira (4), a partir das 15h (transmissão do SporTV2), a gaúcha de 31 anos disputará a final do lançamento do disco no Mundial de Doha, no Catar. Ela entrou na briga por medalha com a marca de 62m33cm, a 10ª melhor entre as 12 atletas classificadas na quarta-feira.
– Posso melhorar meu resultado da qualificação. O meu objetivo é ficar entre as oito melhores do mundo. Medalha vai ser difícil. As cubanas (Yaimé Pérez, atual líder do ranking, e Denia Caballero, campeã mundial em 2015) e a croata (Sandra Perkovic, bicampeã olímpica e mundial) são muito fortes – avaliou Fernanda em conversa por telefone com GaúchaZH.
Em sua quarta participação em Mundiais, a atleta de Santa Cruz do Sul atravessa a melhor fase de uma carreira iniciada apenas aos 17 anos. O "braço rápido", como define, foi decisivo na escolha pelo lançamento do disco:
– Comecei velha. Sempre pratiquei esportes. Jogava handebol, vôlei, futebol. Uma amiga que competia na marcha atlética disse que eu poderia dar certo no atletismo. Primeiro, fiz teste no arremesso do peso, mas não gostei. Foi então que tentei o disco. Tenho braços longos e mãos grandes, e isso ajudou.
Os resultados logo apareceram. Assim como a oportunidade de trocar a equipe mantida pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), onde treinava no Estado, pelo clube Iema, em São Caetano do Sul, a convite do técnico João Paulo Alves da Cunha, treinador-chefe da delegação brasileira em Doha.
Desde 2008, Fernanda está radicada na cidade do ABC paulista. No ano passado, registrou sua melhor marca pessoal: 64m66cm. Se repetir esse desempenho, dificilmente subirá ao pódio hoje no Estádio Khalifa, mas será suficiente para garantir a vaga olímpica em Tóquio 2020 (o índice da prova feminina para os Jogos é de 63m50cm).