Cortado da Copa América por uma ruptura nos ligamentos do tornozelo direito, Neymar deixou Brasília nesta quinta-feira (6) e foi ouvido em uma delegacia no Rio de Janeiro sobre a divulgação de imagens das conversas que manteve com Najila Trindade pelo Instagram. A lesão que o tirou da competição continental foi o último capítulo esportivo da conturbada temporada 2018/19 do camisa 10 do PSG. Fora do campo, porém, a sequência de confusões em que se meteu desde o último jogo pelo time francês até as denúncias recentes ainda prometem novos desdobramentos.
O 18º problema médico sofrido por Neymar desde que foi para a Europa, em 2014, ocorreu pouco antes do gol de Richarlison que abriu a vitória da Seleção por 2 a 0 sobre o Catar, na noite de quarta-feira (5), no Mané Garrincha. Uma imagem recuperada mostrou a entorse em seu tornozelo quando tentava se desvencilhar de um carrinho. Após o jogo, Tite tentou demonstrar otimismo com a recuperação do atacante, mas ainda na madrugada a CBF anunciou seu corte.
Os exames, por regulamento, são repassados a uma comissão da Conmebol, que autoriza a substituição do atleta após confirmação da gravidade. O prognóstico inicial é de seis semanas de recuperação. Assim, ele alcançará 403 dias machucado nos últimos cinco anos, somando 73 jogos perdidos (sem contar a Copa América).
Por ser período de férias na Europa, Neymar não deve perder o início da próxima temporada. Mas certamente verá seu nome esfriado na janela de transferências. Segundo a imprensa espanhola, ele poderia ser um dos alvos do Real Madrid, que se apoiaria nele para retomar o caminho das vitórias, formando um trio ofensivo com Jovic e Hazard. Os desdobramentos do escândalo do qual é acusado, porém, reduziram suas chances. Retornar ao Barcelona, clube que defendia quando foi campeão da Champions League e Bola de Bronze da Fifa em 2015, seria outra possibilidade. Mas também diminuiu a expectativa por um acerto.
Hoje, a tendência é de que precise ficar mesmo no PSG, onde claramente não alcançou o status que tentou dar na carreira ao deixar a Catalunha. Se buscava protagonismo em um clube rico, mas de pouca tradição, encontrou um campeonato local fácil demais e um desempenho continental quase impossível.
Mesmo com estrelas do quilate de Buffon, Daniel Alves, Mbappé e Cavani, o time caiu nas oitavas de final da Liga dos Campeões (já sem Neymar, que estava lesionado). Ganhou o Francesão com cinco rodadas de antecipação. E perdeu a Copa da França nos pênaltis, no dia em que começou o inferno astral do craque brasileiro, ao agredir um torcedor do Rennes que o provocou pelo vice-campeonato. Mais recentemente, a denúncia de estupro e as consequências disso aumentaram seu inferno astral.