No meio da confusão toda que cerca Neymar, ficou em segundo plano o jogo de futebol que rolou em Brasília. No Mané Garrincha, o Brasil venceu o Catar por 2 a 0, no primeiro — e penúltimo — amistoso antes da Copa América. Richarlison e Gabriel Jesus fizeram os gols. No domingo (9), a Seleção volta a campo, no Beira-Rio, para enfrentar Honduras. Será o teste final para Tite definir a equipe que estreará no torneio continental, sexta que vem. E definir se Everton será mesmo o substituto do camisa 10.
Enquanto esteve em campo, o jogador do PSG foi apoiado pela torcida que ocupou cerca de metade do estádio da Capital Federal. Ele buscou o jogo, tentou seus dribles pelo lado esquerdo, levou algumas chegadas e, pouco antes dos 14 minutos, torceu o tornozelo em uma dividida.
Estava em campo quando o time trocava passes pela direita, entre Coutinho e Daniel Alves, com Arthur por perto. O lateral observou o espaço disponível e cruzou na medida para Richarlison cabecear e vencer o goleiro catari. Neymar saiu do meio da área direto para o banco de reservas. Com as mãos no rosto, parecia sentir dores. Imediatamente, Everton e David Neres foram para o aquecimento.
Tite escolheu o atacante do Grêmio para entrar pelo corredor esquerdo. Só que era pelo lado direito que o Brasil atacava mais. Principalmente porque Daniel Alves entendeu logo que haveria um latifúndio a ser ocupado por ali. O capitão teve a primeira chance e bateu de longe, forçando Al Sheeb a espalmar para fora.
Depois, aos 32, ele começou a jogada do segundo gol. Pelo lado, encontrou Richarlison, que se deslocou para o meio e serviu Gabriel Jesus. O centroavante do Manchester City teve calma e precisão para desviar do goleiro e ampliar o placar: 2 a 0.
Dez minutos mais tarde, o mesmo Daniel Alves foi o protagonista do lance polêmico da noite. Ele avançou pela lateral e tentou cruzar na área. A bola bateu no braço do zagueiro, e o árbitro marcou pênalti. Avisado pelo VAR, porém, revisou o lance e voltou atrás: cancelou a penalidade por entender que o braço do jogador estava colado ao corpo.
No segundo tempo, o ritmo do jogo diminuiu muito. Everton não conseguiu dar sequência aos ataques pelo lado esquerdo. Na direita, Richarlison também não acrescentou. Os laterais ficaram mais contidos. E aí a partida entrou naquele ritmo de um misto de treino com medo de novas lesões.
Tite tentou mexer na equipe, para dar sangue novo. Mas David Neres, Paquetá e Fernandinho não alteraram o panorama da partida, que se arrastou até o final, quando, aos 47 minutos, Ederson derrubou Abdulsalam na área e, com o auxílio do VAR, o árbitro marcou pênalti. Na cobrança, Khoukhi parou no travessão. Parecia, no fim das contas, que todos queriam, mesmo, é saber o que houve com Neymar.