A mulher que denunciou Neymar por estupro apareceu publicamente pela primeira vez desde que a acusação contra o jogador foi registrada, na última sexta-feira (31), em uma delegacia de São Paulo. Em entrevista ao SBT Brasil, a modelo Najila Trindade Mendes de Souza, 26 anos, voltou a afirmar que foi estuprada pelo atleta do Paris Saint-Germain e da Seleção Brasileira.
— Fui vítima de estupro. Agressão juntamente com estupro — declarou ao repórter Roberto Cabrini.
Najila contou que conheceu Neymar pelo Instagram. Segundo a modelo, os dois trocaram mensagens e combinaram um encontro em Paris. O intuito, revelou, era ficar com o jogador. Ainda de acordo com Najila, o comportamento de Neymar mudou depois que ela chegou à capital francesa.
— Eu tinha o desejo de ficar com o Neymar. Quando eu cheguei lá, estava tudo bem, tudo legal, as mensagens. Só que quando eu cheguei lá, ele estava agressivo, totalmente diferente daquele cara que eu conheci nas mensagens. Como eu tinha muita vontade (de ter relações com o jogador), falei: "Ok, vou tentar manejar aqui" — contou.
Najila afirma que as agressões teriam começado depois disto.
— A gente começou a trocar carícias, a ficar e se beijar, e então ele me despiu. Até aí, tudo bem. Só que depois ele começou a me bater. Nos primeiros, ok, estava tudo certo. Só que depois começou a machucar muito, e eu falei: "Para, está doendo". E ele falou: "Desculpa, linda". Continuamos e eu perguntei se ele tinha levado preservativos, porque eu não tinha levado. "Não vai acontecer nada além disso, não podemos". Ele não respondeu e a gente continuou. Ele me virou, cometeu o ato e eu pedi para ele parar enquanto cometia, e ele continuava batendo na minha bunda violentamente. Foi tudo muito rápido, questão de segundos, e eu me retirei. Eu falava "para, para, para". Ele não se comunicava muito, só agia.
Najila, que não compareceu a duas intimações para depor, é aguardada para prestar depoimento sobre o caso nesta quinta-feira.
Quais os cuidados que tomamos para sermos justos nesta cobertura?
Como se trata de um caso que está em investigação pela polícia, tomamos precauções para evitar julgamentos prévios - a primeira delas é divulgar as versões das duas partes. Durante a sequência de conteúdos publicados, foram tratados tanto a versão da suposta vítima e sua alegação de crime, quanto a defesa de Neymar em entrevistas e nas redes sociais, além de declarações de advogados envolvidos. Enquanto não houver conclusões sobre o que aconteceu e se foi um crime, o estupro é tratado como uma suspeita por GaúchaZH, bem como a participação dos envolvidos no episódio. A identidade da mulher que diz ter sido estuprada só foi divulgada depois que ela própria se apresentou publicamente. Antes disso, a informação não estava disponível, e, mesmo que estivesse, não a teríamos revelado, por se tratar de uma suposta vítima de crime sexual. Entre os colunistas de GaúchaZH, há pontos de vista individuais e nem sempre convergentes, o que é normal por se tratarem de profissionais de opinião. David Coimbra escreve sobre o comportamento de Neymar, Cláudia Tajes analisa a percepção da imagem pública sobre a mulher e os analistas esportivos debatem questões ligadas à Seleção Brasileira e ao atleta.