"Enquanto houver 1% de chance eu sou 100% Lajeadense". A mensagem, enviada pelo amigo radialista Renato Worm, através do WhattsApp, é amostra da disposição da torcida do alviazul em reverter os 3 a 0 sofridos contra o River, do Piauí, na semana passada. A tarefa de hoje é complicada, afinal, o adversário levou apenas cinco gols em 11 jogos ao longo da disputa da Série D. Mas surpreender é uma das especialidades do time de Luiz Carlos Winck.
Meu amor pelo Lajeadense é antigo. Começou quando o clube disputava suas partidas no lendário Estádio Florestal. Levado pela mão do meu pai, era comum passar as tardes de domingo entre gritos de gol, goles de refrigerante e o tradicional cachorro-quente. Cheguei a arriscar alguns chutes no time juvenil, mas abandonei a ideia para enveredar pelos caminhos do jornalismo.
Erguer a moderna Arena Alviazul foi apenas uma das façanhas protagonizadas pelo clube de Lajeado que surpreenderam o Rio Grande nos últimos tempos. Mesmo diante da incredulidade da maioria, um grupo de abnegados dirigentes, somados a associados, torcedores e simpatizantes, enfrentou o desafio de sonhar com os pés no chão. O resultado é um estádio à altura das tradições esportivas do Vale do Taquari, viabilizado por uma visão empresarial responsável.
"Acreditem: aqui o impossível torna-se comum" é o slogan que ilustra o site do Lajeadense. Pode até parecer excesso de otimismo, mas as recentes façanhas do time permitem a demasia de confiança. O jogo no Estádio Albertão, contra o Ríver-PI, foi disputado numa situação adversa, com um calor de quase 40°C, depois de uma extenuante viagem, o que explica parte dos 3 a 0.
Dentro de casa, porém, o alviazul vai propor o jogo, partir pra cima do adversário desde o primeiro minuto e disputar cada jogada no embalo da torcida. Um gol nos primeiros minutos seria o melhor dos mundos, num arranque que pode culminar com uma conquista histórica. Campeão da Recopa 2015, o Lajeadense aprendeu a ganhar, acostumou-se a reverter situações adversas, o que fortaleceu a confiança do elenco. E isso será determinante na partida decisiva.
Se tudo der certo, amanhã vou comemorar a epopeia degustando um chope com o amigo e jornalista Nilson Mariano, cúmplice de alegrias alviazuis. Afinal, no Lajeadense, o impossível pode tornar-se comum!