
Vitão é uma referência no time do Inter. Sua qualidade como zagueiro que gosta de sair jogando faz dele uma peça fundamental no modelo de Roger Machado.
Destaque no título gaúcho colorado e com boas atuações em Gre-Nais, Vitão é lembrado por uma chance na Seleção Brasileira. E esse assunto, assim como sua quase saída do Inter, a relação com a torcida e as expectativas para a temporada, foram tratados na entrevista que ele concedeu ao ge.globo. Confira!
Para quem chegou para jogar três meses, você está aqui há três anos e 151 partidas. Como vê isso?
Muito feliz! Cheguei com muita desconfiança. Poucas pessoas me conheciam. O primeiro contrato era de três meses. Nem nos meus melhores sonhos poderia descrever a minha felicidade. Espero que eu possa ficar mais tempo aqui ainda. E feliz pela conquista (do Gauchão). Que seja a primeira de muitas.
Você chegou a ser o capitão no Gauchão. Como é receber mais esta atribuição?
Nosso grupo tem muitas lideranças, mas apenas um carrega a braçadeira. Ele (técnico Roger Machado) me deu esta confiança. Sempre ficamos puxando um ao outro no vestiário. Sou um cara que tem um relacionamento bom com todos. Temos a hora de brincar e a da seriedade. Fico feliz por me respeitarem. Claro que quando cheguei aqui não tinha essa liderança. O Alan (Patrick), Mercado e eu somos os atletas com mais tempo de casa. Temos de mostrar liderança, que conhecemos o ambiente. Espero continuar ajudando.
Sou um cara que tem um relacionamento bom com todos.
VITÃO, ZAGUEIRO DO INTER
Neste período, vocês ficaram em segundo no Brasileirão e bateram na trave na Libertadores de 2023. Ano passado ainda houve aquela arrancada com o Roger. Depois de tudo o que passaram, o que significa conquistar o Gauchão?
O time estava muito bem encaixado. Fiquei muito abalado com a perda de uma conquista como a Libertadores, porque ficamos a poucos minutos da final. É uma competição que estamos devendo ao nosso torcedor e para nós mesmos. Temos essa conversa interna. Todas as competições vamos entrar para disputar, pode ter certeza. Brigaremos em todas.
Fiquei muito abalado com a perda de uma conquista como a Libertadores
Na comemoração do título do Gauchão, você pegou um caixão em alusão ao Grêmio e brincou com os torcedores. Como é esta identificação?
Desde quando cheguei aqui, os torcedores me abraçaram. Procuro retribuir dentro de campo. Fico feliz. Na hora da comemoração, extravasamos um pouco. É o sentimento de um torcedor em campo. Acho que, se o torcedor estivesse ali, seria o que ele faria. É o que eles queriam. Ficamos muito felizes pelo título, e por interromper a sequência do rival.
Vocês enfrentarão uma sequência de 19 partidas em dois meses. Será o momento de mostrar pelo que o Inter lutará?
Sem dúvida alguma! Será uma sequência dura para nós, mas aos outros clubes também. Estou bem convicto que nosso time está preparado para a sequência fortíssima que teremos. Consequentemente, é a arrancada que decidirá o nosso ano.
Qual a importância do Roger neste momento pelo qual você atravessa?
O Roger conversa bastante comigo. Além de um excelente treinador, é uma pessoa bem aberta. Escuta as nossas opiniões e dá a dele. Perguntou como eu me sentia para jogar no lado esquerdo ano passado. Fiz praticamente toda a base ali. Fazia um bom tempo que eu não jogava, mas disse que me sentia tranquilo. Preferi chamar a responsabilidade e fazer o lado esquerdo. O Rogel, que não vinha atuando, ficou pelo lado bom dele. Tivemos uma arrancada muito boa no campeonato. Fico feliz por ter ajudado. Espero continuar performando da melhor maneira possível.
Como foi aquele momento no ano passado quando você chegou a se despedir do clube, mas retornou após a negociação frustrada com o Betis?
Estávamos acertados mas, por alguns detalhes, não se concretizou. Era uma coisa que seria muito boa ao Inter, principalmente, e a mim. Temos um plano, mas Deus faz outros. E, com certeza, os Dele são melhores. Fiquei feliz igual. Tive uma conversa com o Roger quando retornei. Foi bom ter ficado, como seria se tivesse saído. Estou feliz aqui. Não é segredo para ninguém. Tivemos uma conquista e espero que seja a primeira de muitas.
Estou feliz aqui. Não é segredo para ninguém
O Palmeiras chegou a procurar seus representantes e você neste período?
Teve também uma especulação do Palmeiras. Entrei em contato com meus empresários, mas não chegou a se concretizar nada. Foi mais uma especulação na qual os valores não agradaram. Disse que o Inter estava em primeiro lugar. Nunca faria algo bom para mim sem ser bom ao clube.
Caso tivesse fechado com Flamengo ou Palmeiras seria mais fácil para aparecer na lista da Seleção?
Sem dúvida! Quem joga aqui no Sul tem que fazer o dobro para ser notado. Tem de mudar. Você pega os números, atuações e fica difícil entender. O Alan Patrick, por exemplo. Você vê as atuações dele, sempre constantes, mas não ganha uma oportunidade. Há um bom tempo o Alan Patrick é o melhor 10 em atividade no futebol brasileiro. E não sou eu quem falo. Vocês (jornalistas) também estão vendo. Mas é isso, nosso foco está 100% no Inter. Continuaremos desempenhando. Uma hora terão de começar a olhar para cá. Por isso que digo: temos de estar bem no clube que, consequentemente, uma hora chegará a oportunidade na Seleção.
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