Depois de tanto apostar em medalhões, muitos deles que "hablam", o Inter virou os olhos para o Celeiro. Roger Machado resolveu antecipar a presença da principal promessa da base colorada e, desde sua chegada, Gabriel Carvalho, nascido oito meses depois de Fernandão levantar o troféu do Mundial, tem sido titular.
Mais: passou a dar chances para Ricardo Mathias, o grandalhão centroavante, que acumula gols no CT de Alvorada. E manteve Gustavo Prado, lançado por Eduardo Coudet, como primeira alternativa para o meio-campo. É essa a maior novidade do lado vermelho para o clássico 443, marcado para as 16h, de 19 de outubro, no Beira-Rio.
Nos últimos oito anos, só cinco gols do Inter vieram de guris da base, sendo que dois deles foram de Taison, que já tinha passado pela Ucrânia e voltado. Os outros três foram dos volantes Rodrigo Dourado e Johnny. Na última década, só podem ser acrescentados mais três nomes: Claudio Winck, Valdivia e Nilmar (também, depois de ter saído, voltado, saído e voltado).
Não que cascudos não tenham decidido para o Inter. Todas as outras vitórias coloradas neste período tiveram assinatura de algum jogador experiente. Depois da Era D'Alessandro, o momento tem sido de Alan Patrick, cujo primeiro gol em Gre-Nal completou 10 anos em abril. Wanderson e Valencia marcaram no clássico do Brasileirão de 2023, Alario fez o seu no Gauchão 2024. E, claro, houve o período Edenilson, autor de dois gols de triunfos vermelhos. Agora, veste azul.
Gurizada decisiva
Agora, o cenário é outro. Por mais que as estrelas (Borré, Valencia, Alan Patrick) tenham chegado ao Beira-Rio de avião, os olhos estão na base. Em todas as últimas partidas, um dos guris foi decisivo. Ricardo Mathias empatou, nos acréscimos, o jogo diante do Corinthians. Gustavo Prado havia feito o gol da vitória sobre o Fortaleza. E ainda teve Gabriel Carvalho se tornando o mais jovem a marcar com a camisa colorada, no jogo contra o Juventude, no Alfredo Jaconi. Os três ganham chances porque entram ou começam bem. Mathias tem um pouco menos de espaço porque Borré tem dado conta do recado. Os outros dois não abrem espaço para Wanderson e Bruno Tabata voltarem ao time.
Essa, inclusive, deve ser uma tendência. Claro que Gre-Nal, na cultura gaúcha, pesa. O clássico até pode consagrar, mas o mais frequente é sepultar jogador, mesmo que prematuramente. O trabalho do Inter vai ser impedir que, se for o caso, o lado negativo se imponha. Ou, no positivo, que deite nos louros da vitória. Roger já declarou publicamente como lida com isso:
— É um feedback sanduíche. Faço um elogio, uma crítica e um elogio. Justamente para dar confiança, ter uma relação próxima, mas cobrar para que evoluam.
O Gre-Nal é mais um capítulo desta refeição.
Números de Gabriel Carvalho
- 16 jogos (1006 minutos)
- 361 passes certos x 63 passes errados
- 9 Finalizações certas x 13 finalizações erradas
- 11 dribles certos
- 12 desarmes
- 1 gol
- 2 assistências
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