Uma das novidades do Inter que encarou o Juventude estava em um detalhe no braço esquerdo de Borré. Pela primeira vez em sua história colorada (e até na pessoal), o atacante usou a braçadeira de capitão. Uma prova e um prêmio pelo engajamento no clube e pela liderança que exerce também sobre os companheiros.
A escolha do capitão, no Inter, é da comissão técnica. Roger Machado, Adaílton Bolzan, Paulo Paixão e os demais componentes identificam os atletas com mais ascensão e espírito no grupo e entregam a eles a responsabilidade. A tarja já foi vestida por Alan Patrick (que continua sendo o principal), Rochet, Mercado e, no domingo passado, Borré. Mercado estava suspenso e Alan Patrick foi reserva no Jaconi, mas o colombiano foi o jogador apontado para comandar o time.
A identificação de Borré com o Inter tem sido frequentemente elogiada, tanto publicamente quanto dentro dos corredores do Beira-Rio. O atleta assumiu responsabilidades e apareceu para dar satisfação à torcida nos momentos ruins em que esteve presente, como a eliminação para o Rosario Central. Também foi visto acompanhando um treino da categoria de base em um dos dias de atividade no CT de Alvorada. E, em campo, tem dado exemplo de entrega e dedicação ao jogo. Mesmo quando a bola não entra, não é por falta de esforço.
Conhecedor da história do Inter
Uma história que ilustra esse engajamento foi contada por Rafael Sobis em seu programa de entrevistas. O ex-atacante colorado revelou que foi procurado por Borré na época em que foi contratado pelo Inter. A razão: o colombiano queria entender o Inter.
— Ninguém faz isso. Nenhum jogador chega no clube querendo saber isso. A partir de conhecer a história do clube, a conexão vai ser muito maior, corta caminhos. E respeita a instituição, principalmente — disse Sobis.
Borré explicou que a procura se deu por enxergar no autor de três gols em finais de Libertadores uma referência para o potencial do clube. Brincou que usava Sobis em seu time de videogame. E finalizou:
— Sobis viveu uma época gloriosa do Inter, e respeitamos muito. Essas pessoas sempre têm um ponto de vista diferente sobre o clube e a torcida.
Ainda que seja um jogador de personalidade forte e reconhecidamente inteligente, ser capitão é uma novidade na carreira de Borré. No River Plate, não usou a braçadeira. E tampouco há registros durante sua passagem pela Europa ou com a seleção colombiana, para a qual está convocado. Mas por mais que seja novidade, não chega a ser surpreendente.
Desde os primeiros contatos para trazê-lo a Porto Alegre, os dirigentes do Inter já elogiavam a capacidade de discernimento de Borré. É um jogador de posições firmes, compreensão e boas ideias. Durante a enchente, não reclamou das condições e se manteve entre os mais ativos do grupo, ainda sob comando de Coudet. Com Roger, não mudou em nada sua postura e permaneceu como uma das lideranças e exemplos do grupo.
Em sua próxima partida, tem chance de não ser mais capitão. Isso deve ocorrer se Mercado ou Alan Patrick atuarem. Mas usar a braçadeira ou não muda quase nada seu comportamento. O Inter tem encontrado um novo líder em seu grupo.
Borré pelo Inter
- 17 jogos
- 1384 minutos
- 6 gols
- 1 gol a cada 230 minutos
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