Inter e Juventude jogam nesta quarta-feira (10), às 19h, pelo jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil, no reencontro após a eliminação colorada na semifinal do Gauchão. Mais de três meses depois, os times vivem momentos diferentes. O Desenho Tático de Zero Hora projeta o novo confronto entre Eduardo Coudet e Roger Machado.
Quando a semifinal do Gauchão foi definida, o Inter chegou para aquele confronto amplamente favorito após uma campanha sólida e com uma forma de jogar bem definida diante de um Juventude que havia tido dificuldade durante a fase classificatória. Naquele momento, Roger Machado adotou uma estratégia que travou a equipe de Eduardo Coudet e conseguiu garantir dois empates para levar a classificação nos pênaltis.
Juventude aprimorou conceitos
Desde o Gauchão, quando terminou com o vice-campeonato após a derrota para o Grêmio na final, Roger Machado consolidou a ideia de jogo da campanha do Juventude. O time segue jogando no sistema tático 4-2-3-1, tendo nos volantes Caíque e Jadson peças fundamentais para o equilíbrio da equipe. Eles marcam e fazem o time jogar, com passes rápidos que quebram as linhas adversárias.
As diferenças no setor ofensivo do Juventude aparecem a partir da linha de três. Tendo passado por uma lesão que lhe tirou de boa parte do Gauchão, o meia Nenê voltou a atuar com regularidade no Brasileirão. Ele foi titular em 10 partidas na competição.
Roger, porém, adota uma ideia de não usar Nenê e o centroavante Gilberto juntos por conta da baixa participação que ambos oferecem sem a bola. Nenê tem atuado com Gabriel Taliari de centroavante. Se Gilberto joga na referência, Jean Carlos entra no meio-campo.
Taliari, de 27 anos, não atuou no Gauchão por conta de uma artroscopia no joelho e só voltou a campo após a parada do Brasileirão por conta da enchente no Rio Grande do Sul. Jogador mais móvel, ele tem sido usado na referência nesse revezamento com Gilberto.
Artilheiro e mudança na ponta esquerda
O principal jogador do setor ofensivo do Juventude seque sendo Lucas Barbosa. Canhoto, ele atua como o extrema do lado direito, mas com a características de aparecer por dentro gerando o corredor para o lateral João Lucas. Lucas Barbosa é o artilheiro alviverde no Brasileirão, com quatro gols.
Antes jogador que revezava com Gilberto na função de centroavante pela lesão de Taliari no Gauchão, Erick Farias agora ocupa a ponta esquerda. O jogador, que alia velocidade e força, faz o papel do ponta que busca abrir o campo pela esquerda, mas também aparece por dentro como um finalizador. Erick Farias é o jogador do Juventude que mais chuta no Brasileirão, com média de 0,7 por partida.
Inter passou por mudanças
Se no Gauchão o Inter tinha uma forma bem definida e consolidada de jogar, a sequência de jogos com desfalques no Brasileirão levou Eduardo Coudet e fazer mudanças na forma de jogar. O treinador até abriu mão de seu 4-1-3-2 habitual e chegou a montar a equipe de diferentes formas. Em alguns momentos, Thiago Maia atuou tendo um outro volante alinhado a ele, Bruno Henrique ou Rômulo. Ponta de origem, Wesley chegou a ser usado como atacante por dentro por conta das ausências de Borré, Valencia, Alario e do garoto Lucca. O 4-2-3-1 foi usado em algumas partidas.
Outra mudança feita por Coudet aparece em relação às estratégias. Desde a vitória sobre o Corinthians, em 19 de junho, quando terminou a partida com uma linha de cinco defensores para segurar o 1 a 0, o Colorado tem sido um time com menor média de posse de bola. A equipe troca menos passes e também marca de forma mais recuada.
Nos últimos cinco jogos, o Inter teve menos a bola do que seus adversários em três compromissos. Antes, o Colorado havia tido menos a bola que seu rival em apenas um jogo na temporada, na vitória sobre o Palmeiras, em 17 de abril, pela segunda rodada do Brasileirão.
Além dos desfalques, Coudet apontou a questão física como um fator para a mudança na forma de jogar. Segundo o treinador, o Inter hoje não tem condição física de fazer a marcação alta dos melhores momentos da temporada.
— Ficamos 30 dias parados e jogamos a cada 72 horas. Fisicamente não tem como. É uma maneira de jogar, de pensar. Vocês sabem que é o estilo de jogo que eu gosto, mas hoje não se pode. Praticamente não treinamos de um jogo para o outro. Gostaria de fazer, mas hoje o grupo não tem como. Se fizer, vai durar 20 ou 25 minutos. Como treinador devo me adaptar às condições que tenho. Gostaria de sair para pressionar como normalmente fazíamos, mas não podemos — afirmou após a derrota para o Vasco.
O reencontro entre Inter e Juventude nesta quarta-feira colocará frente a frente uma ideia consolidada de jogo de Roger Machado diante de um time de Eduardo Coudet que tem buscado se adaptar a uma nova forma de jogar. Diferentemente do Gauchão, agora é o time da Serra que chega afirmado enquanto o Colorado buscará se reencontrar para avançar na Copa do Brasil e tentar espantar a crise.